Quem se habilita a listar as mazelas que irrompem pelo Estado do Pará e sua capital, a ex-quase-futura-sede-de-copa-do-mundo Belém? O jornalista Paulo Bemerguy indica algumas; quem quiser, que complete a lista:
Quem é a governadora do Pará? Ela existe?
Quem é o prefeito de Belém? Ele existe?
Não se enganem! Se com a Copa não se tinha garantia de investimentos, agora é que não vamos ter mesmo.
Tomara que o governo não crie uma rotatória xexelenta na Júlio César e depois queira convencer que é uma obra fantástica.
O que Belém tinha a oferecer à Fifa?
* pontos clandestinos de táxi;
* camelôs;
* calçadas imundas e quebradas;
* sujeira;
* pessoas que urinam nas ruas;
* interdição quase-que-diária das vias principais pelos movimentos sociais;
* dois pronto-socorros nos quais a governadora e o prefeito jamais se internariam (e nem eu, que não sou besta!)
* trânsito caótico sem agentes nas ruas;
- hotéis (que hotéis?!);
* assaltos a todo o instante e com reféns (que virou moda, por quê? Nunca questionaram isso?)
* a obra do entroncamento que liga uma rua para a mesma rua (pode?!) e que gera confusão no trânsito;
* uma pista de autorama feita pelo Edmilson [Rodrigues, ex-prefeito de Belém];
* se faltou mais alguma coisa, por favor completem.
E isso sem contar com os conflitos agrários com repercussão internacional (MST X Fazenda Santa Bárbara).
Por favor, não coloquem a culpa em eldorado do Carajás, que foi em 1998, porque o Blatte da Fifa com certeza nunca ouviu falar.
Um comentário:
Olha, tudo bem que se esteja com raiva e frustração, mas uma das razões pelas quais Belém não avança, segundo penso, é a forma furiosa e contraprodutiva com que seus próprios filhos agem. Quase ninguém aqui é proativo. Fica-se sempre nessa lenga-lenga de listar defeitos e mazelas, além de meter o pau nos políticos que, sim, são culpados, mas foram eleitos por alguém. Que me conste, não usurparam o poder.
A lista em questão apresenta problemas que existem em toda grande cidade brasileira, com maior ou menor intensidade. Em 1999, vi em São Paulo a confusão feita pelos perueiros. No Rio, temos a criminalidade organizada. A prostituição infanto-juvenil é tão grande ou até maior nas ensolaradas capitais nordestinas, p. ex. Fortaleza e Natal, por sinal escolhidas como subsedes. E aí? Só Belém não presta?
Na China, as pessoas fazem cocô na rua e isso forçou o país a mudar esses hábitos, para conseguir sediar as últimas Olimpíadas. Foi fácil porque lá as coisas se resolvem à bala.
Semana passada, vi uma reportagem na qual Londres era apontada como uma cidade suja, cheia de lixo no chão. Isso mesmo, iludidos: lixo.
A lista em questão é passional e por isso mesmo de menor credibilidade. Os novos hoteis da cidade estão em fase de construção, alguns indo para os finalmentes. Não é especulação, mas um fato: dentro em breve, teremos centenas de novas vagas para hospedagem, sem contar as que recentemente foram criadas.
O elevado feito no governo do Edmilson - enche o saco ter que repetir para tantos que não querem escutar - não leva a lugar nenhum porque a obra nunca foi concluída. O próprio Edmilson avisou que a obra só teria sentido se a passagem de nível inferior, sob a Almirante Barroso, fosse feita. A mesma passagem que o governo tucano de Almir Gabriel, usando a Cosanpa, inviabilizou e que Ana Júlia tirou da gaveta, mas não executou, por causa do Fórum Social Mundial.
O que me irrita em Belém são essas duas categorias inúteis de belenenses: os que se limitam a tacar pedras na própria cidade e as "Alices", que ficam nessa de ó mangueiras, ó tacacá, ó açaí, ó Ver-o-Peso, ó chuva das duas e outras frescuras. Digo a ambas: vão arrumar algo útil para fazer! Deem ideias relevantes e tentem angariar simpatias para lutar por elas. Procure a imprensa, um vereador, um deputado, um empresário ou faça você mesmo.
Ou não encha o saco.
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