terça-feira, 1 de setembro de 2009

Desobediência sindical

A chamada brasilização do Ocidente, tese corrente na sociologia moderna cunhada pelo professor alemão Ulrike Becker, afirma que exportamos ao mundo, dentre outros subprodutos da cultura nacional, o chamado jeitinho brasileiro, um modo todo nosso de lidar com as instituições e com as normas.

Pensei nisso quando li que, reunidos em assembleia geral, os servidores da Secretaria da Fazenda do Pará resolveram manter a greve deflagrada anteontem, em que pese a mesma já ter sido declarada ilegal pelo juiz Marco Antônio Castelo Branco, da 2a Vara da Fazenda Pública de Nova Délhi (© do saudoso Juvêncio de Arruda).

Os antigos professores de Direito ensinavam-nos que decisão judicial se cumpre. Se assim quiser, a parte prejudicada dela recorre - afinal, o folclórico jus sperneandi é legítimo. No entanto, decidir em assembleia que a ordem judicial não é soberana e que não deve ser cumprida ombreia a entidade de classe a qualquer marginal - que, por definição, é assim chamado porque está à margem da lei.

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