Não é a grafia errada do nome de um dos irmãos Wright, que os historiadores norte-americanos pretendem catapultar como pais da aviação, ao modo do avião secreto que eles desenvolveram, para negar o reconhecimento à prioridade de nosso Alberto Santos Dumont. Orvil é a palavra livro de trás para a frente, nome - quanta criatividade! - que os últimos centuriões dos governos militares deram à iniciativa de registrar a versão da caserna sobre os fatos que redundaram no golpe militar de 64 e na ditadura de mesma alcunha.
Observa-se, claramente, no rascunho apresentado aqui, um esforço intelectual ou psicológico em compreender a ação das esquerdas no país, de antes de 1 de abril de 1964 até o anteato do advento da Nova República, à ocasião do governo do general -presidente João Batista Figueiredo, aquele que declarava preferir o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo. O documento, entretanto, foi só efetivamente apresentado à ocasião do governo José Sarney, e assim mesmo de modo confidencial.
Não é um livro de História ou de Ciência Política, mas é fonte primária para o estudo do assunto e nos dá com clareza a real imagem do pensamento militar brasileiro. Entretanto, a medida que acompanhamos a narrativa anônima, fica notório que o documento vai perdendo profundidade pelo inexorável esgotamento da metodologia para a obtenção de informações/ dados e de sustentabilidade política: pelo enfraquecimento da repressão linha dura, motivada pela progressiva falta de apoio interno e externo ao regime de exceção; fatos que Elio Gaspari resumiu como A Ditadura Derrotada, título certeiro do último volume de sua narrativa sobre a evolução do golpe militar de 64.
Essas constatações são identificadas a medida que as mais de 9oo páginas desse documento vão chegando ao fim. Pelo relato apressado, percebe-se que, ao final, os autores já subordinavam a análise ao colhido de tabela dos meios de comunicação, o que lhes impossibilitava avaliar variáveis fundamentais como a distância entre o contexto, o discurso e a efetiva capacidade de ação militar do inimigo.
No esforço de assinar uma versão que os justificasse perante a História, os centuriões ignoraram que, mutatis mutandi, ela julga os homens com olho mais terrível e a distância, quando livre de amarras à circunstâncias e sob a luz da ética e da legitimidade democrática. Quem se interessar sobre os fatos narrados no ORVIL, pode ler uma das cópias aqui. Na pretensão de narrar com inteireza os fatos que justificavam aos autores redigir o documento, encontramos relatos interessantíssimos sobre o que teria sido a luta armada em Belém do Pará, nos anos de chumbo.
Observa-se, claramente, no rascunho apresentado aqui, um esforço intelectual ou psicológico em compreender a ação das esquerdas no país, de antes de 1 de abril de 1964 até o anteato do advento da Nova República, à ocasião do governo do general -presidente João Batista Figueiredo, aquele que declarava preferir o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo. O documento, entretanto, foi só efetivamente apresentado à ocasião do governo José Sarney, e assim mesmo de modo confidencial.
Não é um livro de História ou de Ciência Política, mas é fonte primária para o estudo do assunto e nos dá com clareza a real imagem do pensamento militar brasileiro. Entretanto, a medida que acompanhamos a narrativa anônima, fica notório que o documento vai perdendo profundidade pelo inexorável esgotamento da metodologia para a obtenção de informações/ dados e de sustentabilidade política: pelo enfraquecimento da repressão linha dura, motivada pela progressiva falta de apoio interno e externo ao regime de exceção; fatos que Elio Gaspari resumiu como A Ditadura Derrotada, título certeiro do último volume de sua narrativa sobre a evolução do golpe militar de 64.
Essas constatações são identificadas a medida que as mais de 9oo páginas desse documento vão chegando ao fim. Pelo relato apressado, percebe-se que, ao final, os autores já subordinavam a análise ao colhido de tabela dos meios de comunicação, o que lhes impossibilitava avaliar variáveis fundamentais como a distância entre o contexto, o discurso e a efetiva capacidade de ação militar do inimigo.
No esforço de assinar uma versão que os justificasse perante a História, os centuriões ignoraram que, mutatis mutandi, ela julga os homens com olho mais terrível e a distância, quando livre de amarras à circunstâncias e sob a luz da ética e da legitimidade democrática. Quem se interessar sobre os fatos narrados no ORVIL, pode ler uma das cópias aqui. Na pretensão de narrar com inteireza os fatos que justificavam aos autores redigir o documento, encontramos relatos interessantíssimos sobre o que teria sido a luta armada em Belém do Pará, nos anos de chumbo.
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