sábado, 24 de outubro de 2009
Rapaginando Mutantes
Para a turma mais nova um alerta: eles foram a melhor banda de rock nacional de todos os tempos.
Alucinados, gozadores, repaginaram os ritmos nacionais com maestria e bom humor.
Seus show´s eram um misto de teatro mambembe, esculhambação generalizada e divertimento garantido.
A produção musical da época sentiu o baque. Era o tropicalismo chegando com guitarras elétricas e sintetizadores valvulados. Tudo virou do avesso após a estréia da banda, nos conturbados e revolucionários anos 60.
A partir de então, o superbaixista e posteriormente produtor Liminha, tocou seu instrumento nos outros três principais Lp´s da banda, influenciando ainda mais a tendência rocker que os Mutantes mantiveram até os dias de hoje entre idas e vindas. Altos e baixos.
Em plena ditadura militar, Os Mutantes sacudiram a caretisse daqueles tempos terríveis que marcaram com ferro e sangue a história política nacional.
Em 1984, à época de meu aniversário de 18 anos, meu pai presenteou-me com uma viagem. Escolhi São Paulo e Rio.
Em São Paulo fui direto à loja Baratos Afins na Av. São João. Sérgio Calanca o proprietário da loja que virou referência para o som independente nacional, tinha acabado de concluir uma negociação milionária comprando os direitos de reeditar quatro dos discos dos Mutantes. À época, comprei seis caixas de cada álbum. Obtive um bom retorno revendendo-os, naquilo que seria uma loja de discos que terminei não abrindo. Hoje os discos estão esgotados, fora de catálogo.
Claro que deixei um exemplar de cada para a minha coleção.
A americana Rita Lee entrou na banda no segundo disco: Mutantes (1969). Apresentava-se vestida de noiva, absolutamente “chapada”, porque a banda era isso mesmo: desbunde geral. Os show´s eram uma cartase que chegou ― vejam só ― ao Moulin Rouge, em Paris, numa temporada sensacional! Estampou o sisudo Le Monde. No lugar de Rita Lee, a brasiliense Zélia Duncan.
Tive o maior prazer em produzir essa homenagem aos caras. As músicas são executadas por bam-bam-bans!!! da música atual, mas, que, com todo o respeito, estão muito longe da originalidade daqueles moleques. Aproveitem.
P.S.: Assim que concluir a ripagem dos originais, nossos leitores ouvirão os originais.
Abraços.
Set List
1 Pato Fu - Vida de Cachorro
2 Gilberto Gil e Jorge Mautner - Não Vá se Perder por aí
3 Kid Abelha - Quem tem Medo de Brincar de Amor
4 Barão Vermelho - Beijo Exagerado
5 Lulu Santos - Ave, Lúcifer
6 Ney Matogrosso - El Justiciero
7 Tiburón Caribe - Cantor de Mambo
8 Planet Hemp - Top Top
9 Arnaldo Antunes - Dia 36
10 Daúde e Toni Garrido - Desculpe Babe
11 Celso Fonseca e Paulinho Moska - Panis et Circenses
12 Edgar Scandurra e Taciana - Ando Meio Desligado
13 André Abujamra, Lúcia Turnbull e Tom Zé - 2001
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Só quem viveu naquela época pode realmente sentir o que foi e é Os Mutantes.
Pra mim, a melhor música sem sombra de dúvida é aquele que diz assim: Se voce quiser ser meu amigo (acho que se chama Balada do amigo).
Tenho todos os discos em MP3.
Quando começo a escutar não paro.
Ei Renato isso é só o começo de uma conexão invisível que pretendo estabelecer nessa provocação do: Repaginando Mutantes.
Pois bem, os Mutantes da exacerbação do tropicalismo, estavam sob a égide de uma área criada pelo contexto sócio político daquela época.
Em português traduzido do sociologês: A mistura de sons regionais com um acid rock psicodélico até que poderia ser o resultado periférico mais visível da "onda" que eles patrocinaram com seu som único.
Todavia, destacando os covers lançados em 2001, de Tom Zé e interpretados, por exemplo, por Gilberto Gil em um álbum lançado no mesmo ano; não compara-se ao LP "Qualquer Bobagem", de Tom Zé, exatamente na mesma linha revolucionária e na mesma data.
Voltarei aqui no Flanar explorando esse filão.
Confesso que sou fascinado pelos pormenores musicais do Tropilalismo e tentarei demonstrar que não foi "Araça Azul", de Caetano Veloso, o "Marco Zero" do processo.
Valha-me! Se estiver errado, tô ferrado!!, hehhehehehe!!!!
Abs e volte sempre por aqui.
Ei Renato, ia me esquecendo. Para constar.
Tom Zé - Tom Zé [1970]
Faixas:
01 - Lá Vem A Onda
02 - Guindaste A Rigor
03 - Distância
04 - Dulcinéia, Popular Brasileira
05 - Qualquer Bobagem
06 - O Riso E A Faca
07 - Jimmy Renda-se
08 - Me Dá, Me Dê, Me Diz
09 - Passageiro
10 - Escolinha De Robot
11 - Jeitinho Dela
12 - A Gravata
***********************************
"Para fazer o meu ninho
não precisei construtor,
me alicercei de carinho
e fiz um ninho de amor!"
Minha tese defende esse LP como sendo o "Marco Zero" do Tropicalismo.
- Aiô Silver!!! Iiiiúú rúú.
Madrugando também, meu amigo.
Rsssss
Insônia tratada com som, hehehehe!
Abraços.
Postar um comentário