sábado, 16 de janeiro de 2010
Clássico vs. velho
Imagem: Ford
Sábado passado tive a oportunidade de estacionar no supermercado ao lado de um Ford Corcel II, provavelmente fabricado na primeira metade da década de 80.
A cor original poderia ter sido ser cinza, porém a presença de um pára-lama marrom e de uma porta de cor indefinida, confundiu minhas áreas do córtex visual.
O pára-choque dianteiro diferia do traseiro em formato, textura e no nível de oxidação.
Ao dar uma olhadinha rápida no interior percebi que uma tragédia havia se instalado no estofamento, na tapeçaria, no painel, no volante, etc.
Ao dar a derradeira “espiadinha”, na saída, percebi que havia uma inclinação acentuada do veículo para a esquerda.
Poucas quadras depois, dirigindo pensativo sobre o estado do velho carro, cruzei com o famoso Fusca verde 1958 do igualmente famoso Pedro do Fusca, nosso comentarista freqüente no Flanar.
Pedro, sua patroa (eu presumo) e o Fusca rumavam pomposos na Tv. Mauriti, exibindo um invejável estado de conservação veicular.
A pintura impecável, o ronco sadio do motor, o alinhamento inquestionável faziam daquela visão uma experiência agradável, como só os carros clássicos podem fornecer aos admiradores do antigomobilismo.
Se os dois carros, Corcel e Fusca, são usados presumidamente há mais de 25 anos no dia-a-dia, por que o Corcel envelheceu e o Fusca ficou clássico?
Por que carros tipo o Corcel II não são conservados rigorosamente, perdendo a chance de virar clássicos?
O Fusca, é lógico, foi o low cost mais famoso do planeta por pelo menos 40 anos, tendo tido vida longa para converter-se num mito em qualquer lugar do globo.
O Corcel II, evolução do Corcel, projeto Renault herdado pela Ford ao comprar a Willis, representa bem a história da indústria automobilística brasileira: projeto defasado, chassis e motor antigos, segurança negligenciada, marketing ufanista e preços altos.
Quantos admiradores de carros clássicos desejarão possuir um Corsa Classic daqui a 30 anos?
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2 comentários:
Caro Scylla.
Aqui em Belém é muito dificil encontrar-mos peças para Corcel e especialmente quando são peças de latarias. Com o fusca as coisas são ou eram mais faceis pois a quantidades destes veiculos eram muitas e as lojas faziam grandes estoques de peças e de latarias e ainda ha grandes fabricantes que ainda fabricam peças para o fusca o que não acontece com o Corcel ou outra marca de veiculo. Até nos EEUU existem grandes lojas especialistas em vendas de peças para o fusca e Kombi, coisas que não vemos nem mesmo nos carros fabricados na America. Por fim no dia 20 de Janeiro mais um Dia Nacional do Fusca, isto mostra a importancia do Fusca para o país.
um grande abraço
Pedro do Fusca.
Pedro, obrigado pelo comentário e parabéns pelo Dia do Fusca!
Um abraço.
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