segunda-feira, 8 de março de 2010

Sexo forte



Hoje, certamente, há muito mais espaço para mulheres no mundo que antes. Elas construíram, com ousadia e coragem, a imagem que hoje têm de organização, eficiência, força moral, esteio familiar. Ainda sofrem com o preconceito e a arrogância machistas – ainda há, aqui e pelo mundo, aqueles que se julgam donos de suas mulheres, suas filhas, suas empregadas –, mas não há mais tanta condescendência da sociedade para desvios de conduta que violentem a condição feminina.

Como toda luta, a feminista também tem seus símbolos. Algumas mulheres, cientes da igualdade que somente muito depois lhes seria reconhecida pelo Direito, anteciparam-se à História e avançaram na dura realidade de seu tempo. Sempre houve espaço, no imaginário popular, para personalidades fortes; tratando-se de mulheres, então, viraram logo lendas. Daí o reconhecimento a personagens históricas como Cleópatra, Joana d’Arc, Elizabeth I, Ana Bolena. Daí a evocação, na memória brasileira, de Ana Néri, Chiquinha Gonzaga ou, mais recentemente, Leila Diniz e Elis Regina.

Assim, evocando a lembrança de uma dessas mulheres-símbolo, o poster presta sua homenagem às leitoras que nos honram com sua presença no Flanar por meio da imagem e da voz da maior cantora brasileira de todos os tempos. A canção de Joyce e Ana Terra fala das mulheres que ainda hoje precisam por vezes lutar contra a opressão do tal macho, adulto, branco que pretende estar sempre no comando. Mas fala isso de um modo poético e singular, como só às mulheres é dado fazê-lo.

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