terça-feira, 8 de junho de 2010

Junho: mês da música no Pará



As duas últimas semanas têm sido profícuas para o cenário musical paraense. Na 3ª feira, 01/06, com uma cerimônia na Igreja de Santo Alexandre, reinstalou-se a Academia Paraense de Música. Desativada há cerca de 20 anos, a APM renasce com uma diretoria formada por antigos professores de música da cidade, presidida pela pianista e professora Dóris Azevedo, mestra de muitas gerações de músicos eruditos da terra.

Na 5ª feira da mesma semana, no projeto Vale Música, apresentou-se em Belém o violoncelista pernambucano Antonio Meneses, junto à Orquestra Jovem Vale Música, mantida pela transnacional brasileira. Meneses tocou o Concerto n. 1 para Violoncelo de Haydn e, a pedidos do público, um prelúdio de Bach para violoncelo solo. A orquestra ainda executou o Bolero de Ravel e a 5ª Sinfonia de Beethoven. Coisa fina.

Ontem, para culminar, teve início o Festival Internacional de Música do Pará, em sua 23ª edição. A semana inteira será de programação intensa, em vários horários e em vários lugares. Para os interessados, não há desculpa para não ir.

Na retomada das atividades da APM, como não poderia deixar de ser, houve um recital e, surpresa agradável, somente de obras eruditas de autores paraenses: Altino Pimenta, Meneleu Campos, Wilson Fonseca (o famoso Maestro Isoca), dentre outros, e, claro, Waldemar Henrique, nossa expressão maior. Deste, que foi o primeiro presidente da Academia Paraense de Música, achei no Youtube a Valsinha do Marajó, que foi interpretada a quatro mãos, na récita, pelas pianistas Lenora de Brito e Eliana Coutrim. No vídeo, o violonista Salomão Habib toca a Valsinha no violão, versão dele próprio para a obra do maestro WH.

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P.S.: Nos início dos anos 90, a Secult editou uma série de LPs com a obra de grandes compositores eruditos da terra. As capas levavam fotos dos artistas, em sépia. Comprei os do Waldemar Henrique, que tinha Lenora de Brito interpretando, solo, a Valsinha do Marajó, e do Altino Pimenta, de quem tive a sorte grande de ter sido aluno.

Com o tempo, perdi os discos. Não sei onde andam, nem se foram alvo da sanha de limpeza da minha mãe que, depois que casei, livrou-se de muitas tralhas que deixei em casa... De todo modo, quem eventualmente passar por aqui e tiver estas raridades poderia me ceder uma gravação? Aceito o simples MP3.

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