sábado, 27 de março de 2010
Cinquenta anos
Esta é uma canção que, pode-se dizer sem medo do clichê, marcou várias gerações. Eu mesmo já perdi a conta de quantas vezes a cantei, a plenos pulmões. Só não lembro se naquele fatídico show no ginásio da Escola Superior de Educação Física cheguei a cantá-la com mais algumas milhares de pessoas, antes de Renato Russo parar o show da Legião Urbana aos 50 minutos de apresentação e sair do palco, diante de uma plateia atônita. Minha lembrança ficou no "boa noite, Belém".
O temperamento explosivo não destruiu a fama de Renato Manfredini Júnior. A melancolia de suas letras, sua presença magnética de palco, aliadas à sua morte precoce, vítima da Aids, era mais fulgurante que qualquer chilique que manchasse sua reputação.
Se estivesse vivo (ou, como ouvi maldosamente - não sem uma boa dose de humor - se usasse camisinha), Renato Russo completaria hoje 50 anos. Há quase 14, ele não está mais entre nós. Mas as novas gerações continuam a cantar suas canções, a plenos pulmões. Urbana Legio Omnia Vincit.
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5 comentários:
Não é maldade, mas a cabal conclusão de que a morte pela Aids pode ser evitada com a prática do sexo seguro, na qual se inclui o uso da camisinha.
Ótima lembrança, Francisco. Eu tb estava naquele show inesquecível no ginásio de educação física. Lembro que alguém jogou um sapato no palco, o que enfureceu Renato.
Minha melhor memória dele e de cantar a plenos pulmões com 30 mil pessoas no estadio do Pacaembu, em SP. Só mesmo Renato Russo pra fazer 30 mil pessoas cantarem: "Eu gosto de meninos e meninas..." :-)
Estava lá também.
Não foi sapato, foi uma sandália, tipo havaianas. E não foi no palco que caiu, acerteou-lhe o rosto.
Tenho esta noite na memória. Esta semana, ou no feriado próximo, vou postar sobre este acontecimento, pelo menos aquilo que minha memória registrou.
Só uma aperitivo: antes da sandália, um pedaço de ripa, de pau, arrancado daqueles tablados, a proteção que era colocada sobre a quadra da ESEF para não estragá-la, passou por sobre a cabeça do Renato e acertou a quina do bubo da bateria.
Este foi um detalhe que somou, dentre outros que vi e soube depois (inclusive pelo Bola - quem não conhece ou ouviu falar do Sérgio Bola nos anos 80 em Belém... claro, do circuito Nazaré-Moderno-Ideal-Abertura-de-Jogos-do-Nazaré-Showzinhos-do-Chama-Ziperlee-e-do-Criado-Mudo-festinha-no-hall-do-El-Greco-e-do-Del-Fiori?), daquele dia que, de uma forma ou de outra, ficou na mente dos presentes.
Já eu era muito criança para frequentar shows... ;)
Mas o que o Lafayette falou procede. Lembro-me da confusão, na época, e o que se dizia era que Renato fora mesmo atingido por uma sandália. Infelizmente, gente presente na plateia se comportou muito mal naquela noite e Renato aplicava a tese de que com doido, doido e meio. E acabou-se a noite antecipadamente.
Lafa, tens razão. Foi uma sandália. Quanto a ter acertado o rosto do Renato, julgo que seja uma lenda. Muita gente que estava mais perto que eu do palco, naquela noite, afirmou que a sandália não chegou perto do Renato, mas ele se irritou mesmo assim.
Na tua relação, faltaram as festas no salão do Gen. Bandeira Coelho, na B. Campos, e as reuniões no Ice Clube e no Bombocado da Brás de Aguiar.
Yúdice, a galera que ficou no ginásio, depois que o Renato encerrou o show abruptamente, também seguiu a mesma máxima. A ESEFPA quase veio a baixo, com a quantidade de coisas que voaram para o palco, depois que a Legião Urbana saiu.
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