Fuselo (Imagem: Bob Gills)
Não se engane com o pássaro de roliça aparência da foto acima: trata-se do fuselo (bar-tailed godwit), estudado exaustivamente pelo biólogo americano Robert E. Gills Jr desde 1976.
Naquela altura os cientistas achavam que os fuselos voavam do Alasca para a Austrália e Nova Zelândia com várias paradas para descanso e alimentação, uma vez que são aves terrestres, sem a capacidade de mergulhar para achar comida.
Gills observou no Alasca que os fuselos comiam vermes e moluscos em assustadora quantidade e desconfiou que os mesmos pudessem se manter no ar por muito tempo.
Somente 3 décadas depois Robert Gills e seus colaboradores conseguiram implantar transmissores por satélites nos pássaros, permitindo a monitorização integral do vôo.
O grupo de gordinhos então iniciou um vôo ininterrupto de 9 dias sobre o pacífico, na direção sul, numa velocidade média de 65 km/h, percorrendo exatos 11.425 km até a Nova Zelândia, no mais longo vôo sem escalas registrado num pássaro.
Estima-se que cerca de 120 mil de um total de 150 mil fuselos façam este trajeto direto anualmente.
Graças a esta tecnologia outros pássaros foram estudados, como os trinta-reis árticos ou andorinhas do mar ártico, que voaram da Groelândia ao norte da África (onde ficaram 2 semanas), daí à Antártica para uma parada de 5 meses) e então para a América do Sul e de volta à África e à Groelândia, quase 1 ano depois, contabilizando 80.000 km, a maior migração jamais registrada.
Se cada pássaro desta espécie vive por cerca de 30 anos, pode percorrer até 2,4 milhões de km, o que daria para ir à lua 3 vezes e ainda voltar!
Várias espécies de maçaricos foram estudadas por Gills, que registrou vôos de até 9.650 km sem paradas.
Portanto, na próxima vez que observar um maçarico roliço na beira da praia do Atalaia, por favor não o subestime.
Aliás, nunca menospreze um gordinho!
Andorinha do Mar Ártico (Imagem: Ciro Albano)
Não se engane com o pássaro de roliça aparência da foto acima: trata-se do fuselo (bar-tailed godwit), estudado exaustivamente pelo biólogo americano Robert E. Gills Jr desde 1976.
Naquela altura os cientistas achavam que os fuselos voavam do Alasca para a Austrália e Nova Zelândia com várias paradas para descanso e alimentação, uma vez que são aves terrestres, sem a capacidade de mergulhar para achar comida.
Gills observou no Alasca que os fuselos comiam vermes e moluscos em assustadora quantidade e desconfiou que os mesmos pudessem se manter no ar por muito tempo.
Somente 3 décadas depois Robert Gills e seus colaboradores conseguiram implantar transmissores por satélites nos pássaros, permitindo a monitorização integral do vôo.
O grupo de gordinhos então iniciou um vôo ininterrupto de 9 dias sobre o pacífico, na direção sul, numa velocidade média de 65 km/h, percorrendo exatos 11.425 km até a Nova Zelândia, no mais longo vôo sem escalas registrado num pássaro.
Estima-se que cerca de 120 mil de um total de 150 mil fuselos façam este trajeto direto anualmente.
Graças a esta tecnologia outros pássaros foram estudados, como os trinta-reis árticos ou andorinhas do mar ártico, que voaram da Groelândia ao norte da África (onde ficaram 2 semanas), daí à Antártica para uma parada de 5 meses) e então para a América do Sul e de volta à África e à Groelândia, quase 1 ano depois, contabilizando 80.000 km, a maior migração jamais registrada.
Se cada pássaro desta espécie vive por cerca de 30 anos, pode percorrer até 2,4 milhões de km, o que daria para ir à lua 3 vezes e ainda voltar!
Várias espécies de maçaricos foram estudadas por Gills, que registrou vôos de até 9.650 km sem paradas.
Portanto, na próxima vez que observar um maçarico roliço na beira da praia do Atalaia, por favor não o subestime.
Aliás, nunca menospreze um gordinho!
Andorinha do Mar Ártico (Imagem: Ciro Albano)
4 comentários:
Dá-lhe, Scylla! Gordinhos no poder!
Yes, we can, Yúdice!
Extraordinário post!
Charlie, vindo de você o comentário positivo, fico lisonjeado.
Um abraço.
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