domingo, 6 de junho de 2010

O mundo anda tão complicado


A foto ao lado é da manifestação de juízes de paz belgas na quinta-feira passada, dia 3, logo após o assassinato à tiros da juíza Isabelle Brandon, de 61 anos de idade, e do escrivão judiciário André Bellemans, de 59 anos, - pasmem! - em plena sala de audiência do Palácio de Justiça, em Bruxelas. O autor dos tiros foi preso no mesmo dia. É o cidadão belga Abdollahazim Fati Valmi, de 46 anos. Ele nasceu no Irã, mas há 25 mora na Bélgica, onde foi acolhido como refugiado político e, em 2002, recebeu a nacionalidade belga. O motivo do duplo assassinato: Fati Valmi foi despejado, com ordem judicial, em 2007, depois de vários problemas com o dono de um apartamento que o belgo-iraniano alugava na região de Bruxelas. O caso é inédito na Bélgica. Nunca um juíz ou um funcionário do Judiciário havia sido assassinado no exercício de suas funções. O país, chocado e atingido num dos pilares da democracia, a Justiça, vai às urnas nó próximo dia 13. E, mais do que antes, o assassinato dos funcionários do Poder Judiciário, traz ao primeiro plano das discussões, as leis de imigração, concessão de refúgio polítivo e de nacionalidade na Bélgica.

Pensei em meu colega flâneur Francisco Rocha Junior que, na semana passada, no post Medo de viver resumiu um sentimento que, confesso, compartilho com ele, mesmo morando no que se costuma chamar de primeiro mundo.

2 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

Obrigado pela referência, Edvan, apesar do tema sombrio da postagem.
O título que deste ao teu post é perfeito e evoca uma canção do Renato Russo que fala justamente da segurança que nos traz a vida dentro de casa, com quem se ama. Pena que até esta tranquilidade se veja ameaçada.
Abs.

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Por nada Francisco Jr. É, realmente me inspirei no eterno Renato Russo, que me veio á cabeça assim que li aquela sua postagem. Mas, enfim, c'est l'air du temps. Mas, pelo menos aqui na Bélgica, as reações do poder público a esse tipo de acontecimento são eficientes e rápidas. O debate sobre a segurança, especialmente nas grandes cidades como Bruxelas, Antuérpia e Gent, acontece paralelamente à uma ação de tolerância zero que tem tido efeitos práticos. Pelo menos duas no-go-zone da capital foram, na semana passada, "limpas" por uma ação sem precedentes da Polícia Federal belga.
Abs.