Para quem ainda têm dúvidas: a maior ameaça à liberdade de imprensa que esse país jamais enfrentou, nas últimas décadas, seria se, por desgraça, Serra juntasse ao poder de mídia, que já tem, o poder de Estado.
Quem escreveu essas palavras e as razões que o motivaram a escrever, você descobre clicando aqui.
P.S. O título do post é homônimo ao do livro escrito pelo jornalista Fernando Jorge, que procura construir um quadro compreensivo da censura no Brasil desde o Império. A exclamação foi ouvida de autoridade militar da ditadura em 1983, quando encostada na parede durante entrevista em Brasília resolveu apelar pra ignorância, dando em seguida uma gravata no jornalista.
5 comentários:
Não há dúvida que, se o Serra tem alguma relação com isso trata-se de um episódio lamentável. Infelizmente não se trata de um fato isolado na política. Longe de ser assim meu caro.
Quem pode afirmar que uma vez no poder, nunca privilegiou os próprios interesses ou de seus apoiadores? Lula nunca fez isso? Dilma também não?
Até Bento XVI faz meu caro.
E quem sobrevive muito tempo no emprego criticando aberta e insistentemente o patrão?
Em um mundo ideal o patrão a ser respeitado em uma rede pública de televisão seria o contribuinte. Mas no mundo real de quatro em quatro anos o poder muda de mãos.
Por isso que é importante a alternância no poder. Por isso é essencial a liberdade para o confronto de idéias de correntes divergentes. A isso se dá o nome de democracia!
Vamos respeitar a inteligência das pessoas. Devemos nos preocupa é com a educação de nosso povo para que ele não precise de mais ninguém lehe dizendo o que pensar.
Você acha lícito demitir pessoas por manifestarem opinião em contrário, ou por contrariarem os interesses políticos do chefe?
E considera isto um risco/ mal necessário inerentes à profissão de jornalista, tão normal quanto a alternância das forças políticas no poder, em uma sociedade democrática?
Não, mas também sei que acontece todo dia. E não é nenhuma novidade pra ninguém, especialmente em um país com o histórico do Brasil.
E também sei que não é exclusividade da administração sob o comando de nenhum partido ou corrente política.
Por isso afirmo que a única solução para a tragédia cotidiana do povo brasileiro é o acesso à educação, cidadania e ao capital. Sem tutela.
Por certo que a pobreza e a miséria são o solo fértil para todos os males. Mas, na sua opinião, como a educação coibiria situações como a que ocorreu em São Paulo, na TV Cultura? Três, quatro anos atrás, Kenneth Maxwell, um dos mais importantes brazilianist, teve de se demitir do conselho editorial de uma revista acadêmica em Harvard, porque um artigo seu contrariou o ex-secretário de estado Henry Kissinger. Veja então que, nesse caso, estamos falando dos EUA, com um nível de educação bem acima do brasileiro.
O ponto é exatamente esse. Suponho que jamais tenhamos uma solução definitiva para esse dilema.
Mas espero que um dia o povo brasileiro viva numa sociedade com melhores condições, onde eventos como esse possam de fato causar repulsa, estranheza e que sejam a exceção.
Não espero por um ideal utópico, mas por algo razoável. E isso só será possível sem subserviência.
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