A eleição para alguns chega na fase científica da baixaria em miudezas, como exemplifica o protesto da newsletter Brasília Confidencial. E por ser caso pensado, poderemos daí entender como são formuladas as pesquisas do tipo que meu confrade Francisco alude mais abaixo, que ao meu ver não explicam razão alguma, mas antes desqualificam o fenômeno pela metodologia irrisória que as sustentam.
Não serve de exemplo a central de boatos em que se auto-transformou a imprensa paulista e carioca? Haja amolação, especialmente porque até outubro novas e piores baixarias (como tem sido o estilo nessas ocasiões), virão douradas com as tintas daquele pseudomoralismo de embrulhar o estômago de qualquer ser humano que o leve em boa conta. E vivas à internete, que propicia à informação circular livre das garras dos que pretendem confundir a sociedade pelo viés que atenda aos interesses partidários-corporativos.
2 comentários:
Não entendi, caro.
Apesar da Superinteressante ser do Grupo Abril, a pesquisa aludida foi feita por uma universidade americana que, salvo enormes arroubos de imaginação, não tem interesse na eleição brasileira de 2010 e já constou na lista das 100 melhores do planeta.
A Lanza Comunicação, por sua vez, editora da Brasília Confidencial, foi contratada pelo comitê da Dilma para trabalhar na comunicação da candidata. Não tem nem razão de se atritar com a Folha, que, papel de embrulhar peixe, ainda assim tem mercado distinto do da BC. Acho que a Brasília, neste caso, confundiu alhos com bugalhos.
De todo modo, salvo conhecimento profundo da metodologia empregada na pesquisa da Emory, eu não a desqualificaria assim tão fácil.
Abs.
Meu caro amigo.
A questão é de ciência e para quem habituado na análise de projetos científicos nem sempre é necessário o conhecimento profundo da metodologia. Antes algumas questões básicas saltam aos olhos. Desconsiderando o valor de N = 30 sujeitos investigados, que obrigatoriamente deveriam ser estatisticamente representativos do eleitorado dos EUA para ter signficância, vou admitir em tese que a tal pesquisa da Emory tenha validade interna, mas duvido que o pesquisador responsável fosse deselegante o suficiente para dar a ela validade externa; ou seja, que seus resultados fossem cientificamente válidos para qualquer contexto, em toda parte do mundo, para qualquer cultura, inclusive para a massa de eleitores norte-americanos.
Em resumo: a pesquisa dimensiona a base anatômica do viés de interesse relacionado a um fato social, que, por natureza implícita, obriga posicionamento e uma tomada de decisão como qualquer outra em que emoções estejam envolvidas. Não vejo nisso justificativa alguma para classificar militância política como exemplo de fanatismo ou de que anatomicamente o comportamento se assemelhe a aquele experimentado por usuários de drogas. Ao faze-lo a Superinteressante errou.
Abs.
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