A menos que eu me tenha enganado, da grande imprensa, apenas O Liberal divulgou os números da pesquisa de intenções de voto realizada pelo Laboratório de Ciência Política da Universidade Federal do Pará, em parceria com o Instituto Veritate. Normal, considerando que os números são bons para os tucanos, eterna paixão do Grupo ORM, e péssimos para Jader Barbalho (o Diário do Pará mantém um silêncio tocante sobre o tema).
Na blogosfera, em sentido diametralmente oposto, a pesquisa faz o maior sucesso. Foi repercutida em tudo quanto é canto, até porque o coordenador do trabalho, cientista político Edir Veiga, deu-lhe ampla publicidade usando o seu blog, o Bilhetim.
Recordo-me que, nas eleições municipais de 2008, foi a Universidade da Amazônia que pôs na rua um instituto de pesquisa, o Núcleo de Pesquisa Aplicada e Serviços ou DataUNAMA. A iniciativa fazia parte da formação de seus alunos. Choveram críticas. Devido aos interesses em jogo, vários comentaristas apontaram uma torrente de defeitos na metodologia da pesquisa, num tom por sinal injusto com a boa iniciativa da universidade que, afinal de contas, teve a louvável iniciativa de dar a cara a tapa, no interesse da formação de seus alunos.
Não sei por qual razão o DataUNAMA não se pronunciou desta vez, mas a UFPA cumpriu o papel e, novamente, pululam as críticas quanto às metodologias.
Sou completamente leigo no assunto, por isso não posso esboçar nenhuma opinião sobre a pesquisa em si. Atenho-me ao elogio a nossas instituições de ensino superior, que devem continuar investindo nesse filão, corrigindo erros, experimentando e formando grandes profissionais. Reputação se constroi e, numa seara que envolve política partidária, isso não acontecerá sem sofrimento.
2 comentários:
Qual o interesse da pesquisa do PPGCP/LCP/Veritate?
Já pensou se os alunos do curso de medicina apenas "analisassem dados" de outros profissionais? Já pensou se eles não tivessem a experiência de dissecar um cadáver, de realizar um procedimento cirúrgico monitorado? Assim é o caso da pesquisa da Ciência Política. Ela deu oportunidade de os estudantes saírem das análises de dados de pesquisas realizadas pelos grandes institutos - muitas vezes contratados para falsear a realidade - e meter a mão na massa, experimentar as dificuldades de campo, vivenciar os problemas que vão desde o planejamento, definição metodológica, coleta, processamneto, produção de relatório e análise de dados. É claro que quem está em desvantagem não gostou do resultado. Porém, isto é o que menos importa, pois as universidades tem a missão social de serem vanguarda, de estarem a serviço dos interesses públicos e não de partido A ou B, nem de grupos vermelhos, azuis ou amarelos.
Porque o Veritate como parceiro e não o IBOPE?
O Diretor-presidente do Veritate é aluno do mestrado em Ciência Política e se dispôs a socializar conhecimento e experiência com os demais colegas. A parceria previa a troca de tecnologias, numa via de mão dupla mercado-universidade. Será que um instituto grande aceitaria uma parceria sem ganhos financeiros que poderia desmascará-lo? Só um instituto pequeno
E precisava divulgar a Pesquisa? A Sim, para passar pelo crivo das críticas, para quebrar o monopólio da verdade, para furar o cerco da grande imprensa e seus interesses particularistas. Parabéns à UFPA pela coragem de colocar "a bunda na janela". E podem passar a mão nela...
Peço desculpas pela demora em responder ao comentário.
Pelo visto, estamos de acordo com tudo. Exceto quanto à afirmação de colocar "a bunda na janela". Quanto a isso, prefiro não opinar. ;)
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