Eu sei que é. Mas existe a minoria que se não estiver contigo nesses casos pode criar um problema muito sério. E disso eu sei muito bem, pois fui de diretório acadêmico ainda no tempo da ditadura, quando a Une ainda era proscrita e não tinha acontecido o histórico congresso de Salvador-BA. Quem foi nosso delegado lá, foi o Amaury Braga Dantas.
Estou tentando postar esse cmentário desde ontem e não consigo. O que houve? Nunca aconteceu isso... Lá vai, de novo: Quem era o presidente eleito da UNE em 64, quando aconteceu o golpe no Brasil? José Serra, que fugiu do país imediatamente, deixando os estudantes nas mãos dos militares. Daí, ele foi pro Chile e saiu fugido de lá no golpe pinochetista... Fugiu pra onde? Pros EUA, que tinha patrocinado o golpe contra Allende. Como é que um cara de esquerda, exilado no Chile, entra nos States sem nenhum problema, lá estuda e fica sem problemas durante anos, sob as vistas da CIA e do Pentágono? Isso ninguém esclarece... A UNE hoje jamais poderia apoiar o Serra...
Zé Gondim, Não sei o que houve. Chequei as postagens de ontem e não localizei comentário seu. De qualquer modo, hoje foi corrigido. Obrigado pela visita.
Zé Gondim, José Serra foi um quadro do ME formado sob as vistas da Igreja Católica (Juventude Universitária Católica -JUC e Ação Popular -AP). A fuga espetacular de Serra para a Bolívia e França e, após breve retorno ao Brasil, para o Chile e finalmente EUA, escapando de todos os cercos policiais - que eram duríssimos, pois o golpe era recente -, sugere que esteve todo o tempo sob a proteção de alguma instituição altamente eficaz, que não seria obviamente nenhum dos PCs visto que Serra nunca esteve filiado a partidos comunistas. Quem então seriam essas almas bondosas que mobilizavam embaixadores para tirá-lo até do Estádio Nacional no Chile - o matadouro imediato da ditadura Pinochet - para logo em seguida remete-lo são e salvo para os EUA, onde faria curso na U. de Cornell??!! Que canais seriam esses que lhe permitiam passaporte, vistos e disfarce que enganassem as autoridades nos aeroportos e fronteiras do Brasil com outros países, inclusive os receptivos ao golpe que depôs João Goulart? As respostas para essas perguntas por ora não sabemos, mas elas estão aí aguardando quem queira respondê-las em pesquisa histórica sobre o papel das lideranças políticas de esquerda no contexto do golpe militar de 1964. Por outro lado, no mundo estudantil que abandonara, enquanto Serra ia daqui pra lá, de lá pra cá, a Une com suas lideranças que ficaram na clandestinidade, no Brasil, comiam o pão que o diabo amassou, até serem presas no famoso "arrastão" do Congresso de Ibiúna. Por outro lado, Serra seria um transfuga na definição do general Leônidas Pires Gonçalves. Em entrevista aos jornalista Geneton Mello este ano, o general argumenta que os inimigos da ditadura de 64 não podem alegar terem sido exilados, porque não houve decreto de exílio pelo governo de exceção. Claro que é uma interpretação bem pessoal do líder militar, pois exílio nunca precisou de lei para existir, e nada impede que o perseguido político busque o auto-exílio para manter sua integridade física, mental e moral. Aliás, em geral, é assim que as coisas acontecem em 10 entre 10 golpes militares. De todo modo, se analisarmos Serra no contexto de 64 e anos seguintes da ditadura, observaremos que ele decidiu sair de cena e assumiu para si um papel menor do ponto de vista heróico, se o compararmos aos que resistiram ao golpe militar até serem mortos, torturados, expulsos do país e/ou cumprirem pena nas cadeias brasileiras, como é o caso de Dilma Roussef e de outros. Entretanto, para a história da Une, na minha opinião, a maior contribuição que Serra deu foi ir a abertura do Congresso de Salvador - BA (o Congresso da Reconstrução) ao lado do também ex-presidente José Genuíno, em 1979 e ali assistir o soerguimento da instituição que abandonara quinze anos antes. Ali ele pôs o ponto final em um capítulo da sua vida, que, há muito tempo, para ele não interessava mais. Afinal, como a mim ensinou o prof. Roberto Cortez, na obra coletiva "1964 Relatos Subversivos. Os Estudantes e o Golpe no Pará", em que também é autor o nosso "comandante" da Terra do Meio - André Costa Nunes: "Sendo-se personagem, tudo é próximo. Não sendo, tudo é distante".
Valeu, Itajaí... Nada como o tempo (Ah, Chronos...) para apagar ou esclarecer as coisas, né? Gostaria de saber as respostas a essas dúvidas sobre o Serra... Um abração (não se aborreça com o clima seco de Brasília, afinal, as chuvas estão chegando... e o (a) novo (a) presidente está chegando...
9 comentários:
Qual é a novidade? Só não era "oficial", mas nos bastidores a UNE (PCdoB) sempre deu apoio ao PT.
O PCdoB - como bem disseste, anônimo. Mas na casa da Une existem muitos residentes.
Acontece, caro Itajaí, que o PCdoB (travestido de UJS) é a maioria da UNE.
Eu sei que é. Mas existe a minoria que se não estiver contigo nesses casos pode criar um problema muito sério. E disso eu sei muito bem, pois fui de diretório acadêmico ainda no tempo da ditadura, quando a Une ainda era proscrita e não tinha acontecido o histórico congresso de Salvador-BA. Quem foi nosso delegado lá, foi o Amaury Braga Dantas.
Estou tentando postar esse cmentário desde ontem e não consigo. O que houve? Nunca aconteceu isso... Lá vai, de novo:
Quem era o presidente eleito da UNE em 64, quando aconteceu o golpe no Brasil? José Serra, que fugiu do país imediatamente, deixando os estudantes nas mãos dos militares. Daí, ele foi pro Chile e saiu fugido de lá no golpe pinochetista... Fugiu pra onde? Pros EUA, que tinha patrocinado o golpe contra Allende. Como é que um cara de esquerda, exilado no Chile, entra nos States sem nenhum problema, lá estuda e fica sem problemas durante anos, sob as vistas da CIA e do Pentágono? Isso ninguém esclarece... A UNE hoje jamais poderia apoiar o Serra...
Zé Gondim,
Não sei o que houve. Chequei as postagens de ontem e não localizei comentário seu. De qualquer modo, hoje foi corrigido.
Obrigado pela visita.
Bom, o importante é que chegou... E é um comentário que merece ser comentado por você... Abração
Zé Gondim,
José Serra foi um quadro do ME formado sob as vistas da Igreja Católica (Juventude Universitária Católica -JUC e Ação Popular -AP).
A fuga espetacular de Serra para a Bolívia e França e, após breve retorno ao Brasil, para o Chile e finalmente EUA, escapando de todos os cercos policiais - que eram duríssimos, pois o golpe era recente -, sugere que esteve todo o tempo sob a proteção de alguma instituição altamente eficaz, que não seria obviamente nenhum dos PCs visto que Serra nunca esteve filiado a partidos comunistas.
Quem então seriam essas almas bondosas que mobilizavam embaixadores para tirá-lo até do Estádio Nacional no Chile - o matadouro imediato da ditadura Pinochet - para logo em seguida remete-lo são e salvo para os EUA, onde faria curso na U. de Cornell??!!
Que canais seriam esses que lhe permitiam passaporte, vistos e disfarce que enganassem as autoridades nos aeroportos e fronteiras do Brasil com outros países, inclusive os receptivos ao golpe que depôs João Goulart?
As respostas para essas perguntas por ora não sabemos, mas elas estão aí aguardando quem queira respondê-las em pesquisa histórica sobre o papel das lideranças políticas de esquerda no contexto do golpe militar de 1964.
Por outro lado, no mundo estudantil que abandonara, enquanto Serra ia daqui pra lá, de lá pra cá, a Une com suas lideranças que ficaram na clandestinidade, no Brasil, comiam o pão que o diabo amassou, até serem presas no famoso "arrastão" do Congresso de Ibiúna.
Por outro lado, Serra seria um transfuga na definição do general Leônidas Pires Gonçalves. Em entrevista aos jornalista Geneton Mello este ano, o general argumenta que os inimigos da ditadura de 64 não podem alegar terem sido exilados, porque não houve decreto de exílio pelo governo de exceção. Claro que é uma interpretação bem pessoal do líder militar, pois exílio nunca precisou de lei para existir, e nada impede que o perseguido político busque o auto-exílio para manter sua integridade física, mental e moral. Aliás, em geral, é assim que as coisas acontecem em 10 entre 10 golpes militares.
De todo modo, se analisarmos Serra no contexto de 64 e anos seguintes da ditadura, observaremos que ele decidiu sair de cena e assumiu para si um papel menor do ponto de vista heróico, se o compararmos aos que resistiram ao golpe militar até serem mortos, torturados, expulsos do país e/ou cumprirem pena nas cadeias brasileiras, como é o caso de Dilma Roussef e de outros.
Entretanto, para a história da Une, na minha opinião, a maior contribuição que Serra deu foi ir a abertura do Congresso de Salvador - BA (o Congresso da Reconstrução) ao lado do também ex-presidente José Genuíno, em 1979 e ali assistir o soerguimento da instituição que abandonara quinze anos antes. Ali ele pôs o ponto final em um capítulo da sua vida, que, há muito tempo, para ele não interessava mais. Afinal, como a mim ensinou o prof. Roberto Cortez, na obra coletiva "1964 Relatos Subversivos. Os Estudantes e o Golpe no Pará", em que também é autor o nosso "comandante" da Terra do Meio - André Costa Nunes: "Sendo-se personagem, tudo é próximo. Não sendo, tudo é distante".
Valeu, Itajaí... Nada como o tempo (Ah, Chronos...) para apagar ou esclarecer as coisas, né? Gostaria de saber as respostas a essas dúvidas sobre o Serra... Um abração (não se aborreça com o clima seco de Brasília, afinal, as chuvas estão chegando... e o (a) novo (a) presidente está chegando...
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