sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O mundo cada vez mais perto



Thomas Friedman fala, em seu bestseller O Mundo É Plano (ed. Objetiva, 2009), de um certo "achatamento" do planeta. Assim ele denomina a aproximação do homem comum dos centros de decisão, apoiado no acesso irrestrito à internet e na possibilidade de gerar conteúdo pessoal na rede mundial de computadores.

O Youtube, por exemplo, é uma forma concreta do chamado achatamento do mundo: qualquer pessoa pode produzir vídeos e postá-los, tornando sua produção global, disposta ao alcance de todos. Os blogs são outra forma de manifestação desta característica da sociedade moderna (ou pós-moderna, ou pós-contemporânea): locais virtuais onde opiniões, fatos brutos, notícias censuradas pelo mainstream da grande mídia passam a estar ao alcance de quem quer que esteja plugado na internet.

Este novo modo de interação social permite com que novidades culturais e artísticas de todos os cantos do mundo possam ser conhecidos, em tempo real (ou quase), por qualquer curioso, em qualquer lugar. Foi assim que descobri várias banda vinculadas ao movimento britpop, quase desconhecidas no Brasil – Stereophonics e Starsailor, por exemplo –, que se destacam por seu som particular e alternativo às famosas Oasis, Coldplay, Placebo, The Verve.

Também é parte deste novo mundo plano o hábito da reportagem instantânea: jovens (ou nem tanto) com câmeras na mão produzem milhões de minutos de vídeo por dia. As câmeras nem precisam ser as tradicionais: afinal, elas hoje estão nos celulares, nos note e netbooks, nos tablets. Pessoas na rua, no ônibus, no carro, produzem conteúdo que depois é postado no Youtube; no mínimo, um vídeo qualquer, aparentemente desinteressante, pode mostrar paisagens que não conhecemos e, quem sabe, nunca veremos ao vivo. Afinal, um inglês em Manchester pode filmar sua rua, ou o trajeto de sua casa à escola, e estas imagens chegarem aos olhos de um brasileiro enfurnado em sua sala de trabalho, à beira da Floresta Amazônica, do outro lado do oceano (ou em Mianmar, ou no Japão, ou em Johannesburgo...).

É esse, portanto, o admirável e achatado mundo novo, repleto de possibilidades. Afinal, como já disse Gilberto Gil em um vislumbre genial, o mundo hoje é muito grande, porque a Terra passou a ser pequena.

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* No vídeo, os Stereophonics (que, inclusive, estão neste final de semana no Brasil) cantam Getaway, minha preferida da banda, como fundo para as imagens de um filme caseiro, feito com câmera de celular, mostrando as ruas de algum subúrbio de Manchester.

3 comentários:

Val-André Mutran  disse...

A diversidade do Flanar contribui com o achatamento global.
Achatemos, então, o Mundo.
Gosto de todas as bandas citadas, Francisco exceto o Starsailor, que ainda não ouvi.
Abs na Teuly e em você.
Convite: Que tal Floripa em janeiro para o show da Amy Winehouse, no Summer Soul Festival, Il Divino, em 8 de janeiro de 2011?

Francisco Rocha Junior disse...

Oi, Val!

Starsailor é bacana também. Até mais, para o meu gosto, que o Stereophonics. Aqui em Belém, não se acha nada deles. Em BSB, talvez tenhas mais sorte. Vale a busca.

Viajaremos no final do ano e nesta época estaremos já de volta das férias, no batente. Infelizmente, portanto, Floripa ficará pra outra oportunidade.

Abs.

Val-André Mutran  disse...

Afine a agenda então para o Rock in Rio 4.
Nem vou tirar férias no próximo ano, senão não terei agenda.
Estude a possibilidade.
Abraços.