Eu lamento muito não ter a oportunidade de caminhar pela cidade de Belém, especialmente pelo bairro do Comércio, onde fenômenos visuais e auditivos interessantes devem ocorrer a cada fração de segundo.
Hoje cedo fui vítima de inusitada experiência: enquanto dirigia pela Av. Pres. Vargas, observei um rapaz correndo loucamente pela calçada, na altura do BASA, carregando o que parecia ser um disco de vinil.
Quando parei no sinal do emblemático Edifício Manoel Pinto da Silva, vi o mesmo moço, esbaforido e ainda correndo rumo à Avenida Nazaré, e pude então identificar a sua carga preciosa: tratava-se do disco Incomparável, da cantora Angela Maria.
Continuei dirigindo manhã adentro, pensativo. Será que a nossa cidade é cenário de algum filme de Luis Bunuel?
4 comentários:
Luis Bunuel não foi aquele que pintou Monalisa e o Leonardo da Vinci anda dizendo que foi ele? Seja quem for, meu amigo Scylla, o fato é que, se eles tivessem conhecido Angela, certamente teriam preferido este ao da Mona, pois é entorpecedor não só o sorriso, mas o olhar, meio que de soslaio, como quem quer te puxar como areia movediça. Taí, taí... você aprecia um belo olhar e um sorriso supra-enigmático (ou supratentorial). Ainda bem que você não bateu o carro por um disparo subtentorial.
Roger, teria a Angela Maria inventado o olhar 43, aquele assim meio de lado, já saindo, indo embora,...?
Não Scylla. É o olhar de cabrocha danada lá das quebradas do Rio de Janeiro.
Fatal, meu amigo. Olhou de volta, já era.
Taí, o Mutran matou a charada: "olhou de volta, já era". Fatal mesmo...
Postar um comentário