quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Paixão Sevilhana

The place to be na Semana Santa na Europa sem dúvida é Sevilha, na região da Andaluzia, sul da Espanha. Este ano, conseguimos um tempo para ver de perto as famosas procissões de passos que começam no Domingo de Ramos e se estendem até o Domingo de Páscoa. Os passos são imensas plataformas com representações das cenas da última semana de vida de Jesus - da entrada em Jerusalém ao triunfo da ressurreição-, e imagens de Virgens Marias (a mais famosa delas, a Macarena), apóstolos, Herodes, Pilatos e todos os personagens envolvidos na Paixão de Cristo. As procissões são organizadas por confrarias - muitas delas fundadas no século XV, outras nos anos 40 ou 60 do século XX. Quase todas com nomes imensos, como por exemplo, Humilde y Fervorosa Hermandad y Cofraria de Nazarenos de Nuestro Padre Jesús Despojado de sus Vestiduras, Maria Santissima de los Dolores y Misericordia, Mayor Dolor de Nuestra Señora, San Juan Evangelista y San Bartolomé Apóstol, mais conhecida como Confraria Jesús Despojado. Somente no Domingo de Ramos, eram nove confrarias que percorriam o centro histórico de Sevilha, saindo de diversos pontos (normalmente igrejas, capelas ou conventos), das 15 h até 3 horas da madrugada da Segunda-Feira Santa. Todas as procissões passam obrigatoriamente pela magnífica Catedral de Sevilha - um dos maiores templos góticos do mundo.



Cada procissão tem duas ou mais bandas de música, que tocam peças religiosas, pendendo para os ritmos marciais. Os membros da confraria vão de terno e gravata, mas alguns, os chamados nazarenos, vão de túnica e capuz. Eles representam os seguidores de Jesus, que preferiam se manter anônimos. Entre os encapuzados estão os chamados costaleros - homens e mulheres que carregam os pesadíssimos passos feitos de prata e ouro com imagens de tamanho natural. Sevilha tem as procissões mais famosas, mas elas também organizadas em várias cidades da Andaluzia, como em Málaga, onde está a confraria que tem Antonio Banderas, o ator almodovariano, como um de seus membros.

Nos dias que ficamos em Sevilha, o clima foi perfeito: sol e calor. Não deixamos de fazer comparações. O espírito dos sevilhanos era bem similar ao dos belenenses nos dias de Círio. Aquele ar de festa religiosa mas com espaço para o profano. Nos bares, ao longo do trajeto das procissões, os andaluzes bebem o bom vinho, a boa cervezita e comem muito bem.

2 comentários:

Carlos Barretto  disse...

Post excelente, que mostra a extraordinária colaboração de nossos "correspondentes internacionais".
Rsssss


Abs Edvan!

Yúdice Andrade disse...

É mesmo deslumbrante, Edvan. E sem querer parecer deslumbrado com a Europa, mas não podemos negar que essas tradições ganham um charme especial por serem seculares, a um nível que só mesmo o Velho Mundo poderia permitir.
Conte mais para nós.