Karim Aïnouz nasceu no Ceará, de pai argelino e mãe brasileira, mas quase podia ter nascido no Colorado, onde seus pais se conheceram quando faziam pós-graduação. Apesar de ter estudado arquitetura na UnB, cinema em New York, e ter morado por algum tempo na França e na Alemanha, o Brasil e o sertão tem mesmo desempenhado um papel essencial na carreira e nos filmes deste incrível cineasta.
Agora parece que foi o Festival de Cannes que se transformou no playground de Karim. Primeiro foi "Madame Satã", o filme de estreia de Karim, que lançou a carreira de um jovem e desconhecido Lázaro Ramos. "Madame Satã", um dos melhores filmes brasileiros deste novo século, causou um frisson quando foi exibido em Cannes na mostra paralela "Um Certo Olhar".
Terça-feira, dia 17, Cannes serviu de palco para a estreia mundial de "O Abismo Prateado", novo filme de Karim com Alessandra Negrini, exibido na prestigiosa "Quinzena dos Realizadores". O quarto longa de Karim já ganhou título em inglês, "The Silver Cliff", e a se julgar pela crítica de revistas especializadas daqui, como o Hollywood Reporter e Variety, vai ganhar distribuição comercial nos Estados Unidos, como "Madame Satã", "O Céu de Suely", e "Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo", todos exibidos em cinemas de arte nos EUA.
A crítica do "Hollywood Reporter" elogia o filme de Karim pela "textura emocional da história, que é tão intoxicante quanto o fluxo visual [do filme]". Karim disse que a inspiração para o roteiro de "O Abismo Prateado" veio da canção "Olhos nos Olhos", grande sucesso de Chico Buarque.
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