Rosas, a mais prestigiada companhia de dança contemporânea da Bélgica, desembarca, ainda este mês, no Brasil para uma turnê entre São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. No repertório estão Fases: Four Movements to the Music of Steve Reich, En Atendant e a famosa coreografia, criada dos anos 80, Rosas danst Rosas (foto) - que esta semana veio à mídia mundial porque foi plagiada descaradamente no novo clip de Beyoncé, Countdown (veja aqui a comparação).
À frente da companhia está mevrouw Anne Teresa De Keersmaeker, reconhecida como uma das mais criativas coreógrafas européias da atualidade, sobre quem já escrevi algo aqui no Flanar. Quem tiver a chance de assistir aos espetáculos da companhia não deve ter dúvidas: o trabalho da Rosas é a pedra-de-toque do que se produz de mais criativo no mundo da dança mundial.
No meio de todo o caso Beyoncé, De Keersmaeker foi de uma elegância à toda a prova. Numa entrevista coletiva em Bruxelas, ela disse: "Beyoncé não foi uma má copiadora; ela canta e dança muito bem; ela tem bom gosto. Mas tudo isso me faz pensar algumas coisas. Por que a cultura popular demorou 30 anos para reconhecer um trabalho de dança experimental? É esse o tempo necessário para um trabalho assim atingir a cultura mainstream?". De todo o modo, hoje, os jornais flamengos noticiam que os advogados da Rosas já pediram à gravadora Sony para não mais exibir o clip - o que seria quase que impossível nesses tempos de internet tão espraiada. Talvez esse seja o primeiro passo para um processo judicial com sérias consequência$.
(foto: Michel Houssian, do filme Rosas danst Rosas, dirigido por Thierry De Mey).
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