domingo, 26 de fevereiro de 2012

Mademoiselle n'existe plus

A França decidiu: o termo mademoiselle foi banido de todos os documentos públicos administrativos. A decisão, assinada semana passada pelo primeiro-ministro François Fillon, atende ao movimento feminista francês, uma vez que, até então, as mulheres precisavam identificar-se como casadas (madame, ou senhora) ou solteiras (mademoiselle, senhorita), desde documentos de identidade até na plaquinha das caixas de cartas nas casas. Os homens (monsieur, ou senhor), por sua vez, nunca precisaram utilizar qualquer distinção. A partir de agora, as mulheres devem ser identificadas apenas por “madame”, sem qualquer referência ao seu estado conjugal, em equivalência ao termo “monsieur”.
Bem, não entrarei na discussão sobre a medida em si, adotada na terra de Simone de Beauvoir. Mas acho que o termo deixa saudades. Lembrei de Coco Chanel que sempre preferiu ser chamada de mademoiselle, palavra que até denomina um dos perfumes da grife: o Coco Mademoiselle.
E claro, lembrei-me também do maravilhoso filme Mademoiselle, dirigido em 1966 por Tony Richardson, com roteiro de Marguerite Duras e Jean Genet. A protagonista é a grande Jeanne Moreau (na foto acima), na pele da lascívia mademoiselle professora numa vila de
província, num dos filmes de mais alta tensão sexual da Nouvelle Vague francesa.

3 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Que post delicioso Edvan.

Scylla Lage Neto disse...

Edvan, não consigo imaginar a Patricia Kaas cantando uma das minha músicas favoritas, "Mademoiselle, Chante Les Blues", usando Madame.
Seria non-sense!
Abraços.

Edvan Feitosa Coutinho disse...

Merci, Marise.
Scylla, boa lembrança.Assim como me ocorre a revista chic Mademoiselle, ou mesmo o nome de um dos engenhos de Santos Dumont... E assim a gente vai fazendo uma lista.