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A escrita de Jorge Amado(1912-2001) é universal. Durante os anos 1960 textos do escritor baiano apareciam nas publicações latino-americanas como uma escrita sobre o fantástico. Misturando o imaginário do agreste baiano com personagens de sua convivência cotidiana, ele projetou o Nordeste brasileiro para o mundo. Li muitas coisas de Jorge Amado; mas não li Gabriela, Cravo e Canela. Vi na televisão: na telinha da Globo. E gostei muito do que vi. Tá bom que era 1975, e que eu não estava preocupada com nenhum julgamento de valor. Queria espiar a bela Sonia Braga e seus trejeitos malemolentes. A televisão brasileira emprestou grande significado à obra de Jorge Amado. Popularizou o escritor baiano, e fez do Nordeste a vitrine das tradições culturais brasileiras. E isso foi muito bom! Jorge Amado era um homem admirável; - como o foi Gilberto Freyre, seu contemporâneo e conterrâneo na escrita e no talento. Quem nunca leu Gilberto Freyre(1900-1987) vai ficar surpreso em não encontrar um acadêmico pomposo e chato; mas um escritor e livre pensador nato. De uma escrita poderosa, de uma capacidade de escuta não menor; e o mais importante: orgulhoso e cioso de si. A telinha da Globo traz de volta o cravo e a canela de Gabriela; e a mística da morena brasileira: linda, afável e deliciosa. Novas gerações vão se deliciar com o texto de Jorge Amado. A mulher baiana volta a ser o centro do imaginário sexual brasileiro: Melhor assim!
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6 comentários:
Papai e eu adoramos Jorge Amado.
É o nosso "Gabo"! E foda-se os acadêmicos suecos do Prêmio Nobel de Literatura. Se é que me entende Marise?!
Dizem que ele foi vítima da "onda anti comunista" que vigorou enquanto viveu. Motivo das sucessivas "bolas prestas" que o impediram de receber a Láurea.
– Balela. Ele mesmo dava de ombros à essa sacanagem.
É o maior escritor brasileiro de todos os tempos, na minha opinião.
Quando li "Gabriela Cravo e Canela", adolescente, me pegava excitado!
Logo depois, a Globo lançou a novela.
– Vixe Maria!
As primeiras cenas sacudiram a libido brasileira.
Não só "a mulher baiana volta a ser o centro do imaginário sexual brasileiro", como sublimamente sacastes.
A Mulher brasileira – a mais sexy do mundo –, retoma com esse remake, sua majestade, que vai muito além de pernas torneadas.
Val-André toda a geração de trinta foi acusada de anti-comunismo na esfera acadêmica(pelo menos na releitura sobre ela). Muitos intelectuais foram banidos da academia por causa disso, inclusive Gilberto Freyre. Drummond não escapou, nem com todo o "sentimento do mundo" que ele tinha. Jorge Amado ficou na ambivalência: uma coisa na Bahia, outra coisa no meio intelectualizado do Sudeste. E daí? Jorge Amado é universal, assim como Gilberto Freyre; e a história já tratou de colocar os pingos nos is.
Abs.
Isso!
Gênios jamais serão gado.
Homens e mulheres de bem, idem.
Abraços Marise.
Aproveito a harmoniosa argumentação para indicar a película XINGU. A história dos irmãos Villas Boas não foi tão somente de transpiração, mas sobretudo de inspiração de sertanista. Eles olharam para a "terra brasilis" com o mesmo flerte de Amado e na mesma poesia palpável de Drummond. Foram indicados ao Nobel da Paz e, assim como os acima, ficou apenas no Papel. Os Villas mereceram este olhar de vocês. Se não viram, saiam de pijamas, monte no primeiro sacramenta-nazaré, pulem a roleta, furem a fila, comprem pipocas e sentem no melhor lugar... ah! Não esquecem do clap-clap no final. Eu, além disso, levei um lenço para conter a emoção.
Roger,
Foi o Fernando Meirelles que dirigiu a pedido do filho de Orlando Villas Boas.Quero assistir sim.Deve estar um primor, essa geração tem que ser apresentada aos novos guris e gurias.
Carácolis, o verbo é merecerão, no tempo futuro. Só agora vi. Tasquei no tempo passado. Faltou-me o revisor para fazer essa intervenção cirúrgica na frase, pois o meu bisturi estava desamolado. Perdão Amado, Drummond, Villas e a vocês flaneiros.
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