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Os desiludidos do amor estão desfechando tiros no peito, do meu quarto escuto a fuzilaria. Desiludidos, mas fotografados: escreveu Drummond. Talvez, no tempo da delicadeza, a fuzilaria fosse mais apropriada aos desiludidos do amor. Nos dias ferozes que seguem: picotamos, guardamos em sacos e jogamos no lixo. E assim resolvemos o problema do Nunca Mais; e o Corvo - de Edgar Allan Poe - segue enternecido. Diante de tamanho controle, e das tantas minúcias: os desiludidos do amor estão empenhados em picotar os amados. Sim, tudo em nome do amor. A abismal iniquidade do amor. Os cristãos colocam as cruzes nas costas, e as carregam para todos os lugares: É preciso sofrer por amor! Os judeus, guardam o amor entre as tantas relíquias que têm. Os burgueses: assinam apressadamente os contratos, resguardam seus bens, criam seus filhos: pensam em si mesmos....amorosamente. Os árabes, amam abertamente tantas mulheres quantas possam ter. As feministas delimitam o espaço: tem regras, tem partilha, tem termos. Tem amor? Sim, mas não é assim não. É preciso reunir, delimitar o tempo, e estabelecer as regras. Milhares de seres esperam pelo amor; suspiram, sonham e se esquecem.....Estão imobilizados: não pensam, não comem, não dormem, não cochilam: aguardam o amor. E ele pode chegar no próximo trem, no próximo voo, no próximo ônibus, no próximo e-mail. Aguarda-se com seriedade, o amor. E também com uma certa dose de comiseração e de whisky! E ele não chega! E o Morubixaba reúne a tribo, acalma os ânimos, e propõe que se espere a próxima lua cheia. Na próxima, virá o amor. Talvez ele chegue de limousine, com centenas de dólares, milhares de reais, apólices de seguro; estabilidade financeira, muitos filhos, carros novos, vestidos de noiva, buquês e uma película de cinema. Ah, o amor! Ele não tem pressa, para desespero dos amantes. Acorda tarde, é solitário, tímido, quase mudo. Não sabe o que fazer com os fatos; não sabe o que dizer diante das evidências: está confuso, louco, sem razão. Quer dar o fora; quer chorar; quer sofrer; quer brochar; quer sorrir, quer ser livre; quer ser etéreo, diáfano, absurdo: e sem razões. Mas não pode: está acorrentado aos desejos: sem saída: sem meios termos: sem mais!
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Os desiludidos do amor estão desfechando tiros no peito, do meu quarto escuto a fuzilaria. Desiludidos, mas fotografados: escreveu Drummond. Talvez, no tempo da delicadeza, a fuzilaria fosse mais apropriada aos desiludidos do amor. Nos dias ferozes que seguem: picotamos, guardamos em sacos e jogamos no lixo. E assim resolvemos o problema do Nunca Mais; e o Corvo - de Edgar Allan Poe - segue enternecido. Diante de tamanho controle, e das tantas minúcias: os desiludidos do amor estão empenhados em picotar os amados. Sim, tudo em nome do amor. A abismal iniquidade do amor. Os cristãos colocam as cruzes nas costas, e as carregam para todos os lugares: É preciso sofrer por amor! Os judeus, guardam o amor entre as tantas relíquias que têm. Os burgueses: assinam apressadamente os contratos, resguardam seus bens, criam seus filhos: pensam em si mesmos....amorosamente. Os árabes, amam abertamente tantas mulheres quantas possam ter. As feministas delimitam o espaço: tem regras, tem partilha, tem termos. Tem amor? Sim, mas não é assim não. É preciso reunir, delimitar o tempo, e estabelecer as regras. Milhares de seres esperam pelo amor; suspiram, sonham e se esquecem.....Estão imobilizados: não pensam, não comem, não dormem, não cochilam: aguardam o amor. E ele pode chegar no próximo trem, no próximo voo, no próximo ônibus, no próximo e-mail. Aguarda-se com seriedade, o amor. E também com uma certa dose de comiseração e de whisky! E ele não chega! E o Morubixaba reúne a tribo, acalma os ânimos, e propõe que se espere a próxima lua cheia. Na próxima, virá o amor. Talvez ele chegue de limousine, com centenas de dólares, milhares de reais, apólices de seguro; estabilidade financeira, muitos filhos, carros novos, vestidos de noiva, buquês e uma película de cinema. Ah, o amor! Ele não tem pressa, para desespero dos amantes. Acorda tarde, é solitário, tímido, quase mudo. Não sabe o que fazer com os fatos; não sabe o que dizer diante das evidências: está confuso, louco, sem razão. Quer dar o fora; quer chorar; quer sofrer; quer brochar; quer sorrir, quer ser livre; quer ser etéreo, diáfano, absurdo: e sem razões. Mas não pode: está acorrentado aos desejos: sem saída: sem meios termos: sem mais!
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