Uma rápida olhada nos sites de notícias brasileiros, já nos azedou o dia. As reações no Planalto à supresa foram as mais sórdidas possíveis, afinal ninguém sabia, nem mesmo a presidente Dilma, que a ex-ministra participaria com tanto destaque de um evento global transmitido ao vivo. Entre outras coisas, se falou até em "ofensa ao Governo brasileiro", "mal-estar na comitiva presidencial" etc. O ministro do Esporte, Aldo Rabello, ironizou a participação de Marina. Segundo ele, não é o governo quem escolhe a pessoa que vai levar a bandeira olímpica e sim a Casa Real.“Não podemos determinar quem a Casa Real vai convidar, fazer o quê?”, afinetou. “A Marina Silva sempre teve boas relações com a aristocracia europeia”. Errado!!! Quem organiza o evento é o Comitê Olímpico Internacional , e para o COI, Marina Silva mereceu ser convidada, pela “luta contra a destruição da floresta brasileira”, além de “enfrentar a oposição política e o assassinato de seu colega Chico Mendes”.
O sábio Tom Jobim dizia que sucesso no Brasil é ofensa pessoal. Eu acrescentaria que é também ofensa mortal quando quem faz sucesso é da oposição, de origem pobre e amazônida.
As reações dos políticos no poder não podem "apequenar" um grande momento histórico para o Brasil e para a luta pelos povos da Amazônia, como disse a própria Marina, numa emocionada entrevista à TV Estado.
Aqui, preferi postar um outro depoimento da mais importante ativista amazônida. Ela fala sobre como foi estar lá, junto com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, o maestro argentino-israelense Daniel Barenboim, Sally Becker (voluntária durante a Guerra da Bósnia com a Angel Operation), Shami Chakrabati (presidente da British Civil Liberties Advocacy Organisation), Leymah Gbowee (primeira mulher presidente da Libéria e Nobel da Paz em 2011), Haile Gebrselassie ( o etíope considerado um dos maiores maratonistas da História), Doreen Lawrence (ativista britânica que teve dois filhos mortos em crimes raciais). E ainda, o grande Mohammed Ali.
Marina Silva estava ali por todos nós! Viva Marina! Viva o Brasil que resiste!
7 comentários:
Edvan, como sempre você vai nos brindando com ótimas reportagens dessas bandas daí. Adorei e a concordo com você; bj.
Viva! E viva o sábio Tom Jobim!
Não gosto de algumas atitudes desta Senhora que as vezes quer entravar o progresso que o Brasil precisa com as suas idéias de preservação da natureza, mas querer desmerecer o prestigio e o trabalho dela no minimo é uma indecência. Pobre do país que é comandado por ptralhas!
Belíssimo comentário (leitura). Eu não pude ver a abertura, pois estava num conclave, mas percebi na epiderme do Edvan seu sentimento, que é meu, que é nosso.
Viva! Essa expressão, "Brasil que resiste", significa muito.
Como sempre, o valor dos grandes brasileiros só é visto por quem está fora. Aqui, quem não pertence às elites tradicionais é imediatamente hostilizado. E quando ganha destaque, ridicularizado.
Amigo, Realmente é um orgulho muito grande apreciar Marina Silve e tudo mais o que elea simboliza (especialmente isto), ela é uma amazônica da floresta e se criou na linha de frente das injustiças que até hoje imoperam em nossa região, somente este ano de 2012 foram dezenas de assassinatos contra pessoas iguais a Marina seringueira. Em tempo: não houve oficialmente nenhuma manifestaçao contraria ou jocosa da parte da presidente Dilma contra Marina, houve sim, declaraçoes pessoais do notorio "companheiro" do agranegocio ministro Aldo Rebelo.
Otimo post, Edvan! Concordo plenamente. Marina Silva é motivo de orgulho sim. A reação demonstra a pequenez de quem a proferiu...
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