Fernando Morais, jornalista e escritor, é um dos que subescrevem a Carata Aberta.
Foto: Carta Aberta
Com todo respeito ao direito que cada um tem de se organizar em grupos para expressar sua indignação, neste caso, em carta aberta contra a “espetacularização do julgamento” que o STF faz do caso mais conhecido por Mensalão – a Ação Penal 470 -, valho-me também do meu de colocar em questão um aspecto que está um pouco mais além da mera exposição demasiada deste julgamento. Aliás, ele por si só já é uma consequência de um escândalo anterior e também espetacularizado.
Ora, nada é assim tão por acaso. Nem a mídia pauta pura e simplesmente por interesse público, nem os cidadãos se mobilizam por mera preocupação com a moral e os bons costumes, digamos. Cada ponta deste novelo tem lá seus nós políticos partidários e econômicos. E obviamente os juízes não estão imunes a tudo isso. Não são heróis, como cita a Carta Aberta, mesmo que, mais à frente, coloque nas mãos deles a espada do perdão [interpretação minha e outro ponto debatido ao final da sessão: sou juíza, não psicanalítica!].
Há, portanto, muitas paixões em questão – e ponha-se nesse bolo também a indignação dos que se vêem excluídos de benesses bizarras, para usar um termo aplicado pelo ministro Joaquim Barbosa à viagem de três dos réus a Portugal.
O que há é disputa de poder. Data vênia. Nõ que justifique, apenas espero que ninguém se valha do descuido de alguns para faze-los de "massa de manobra". Que fique claro: é disputa de poder! E pronto. Se é bom, se é mau... este é outro caso. E não me venham com churumelas.
Um comentário:
Boa questão!
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