quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Tyger, tygre!

THE TYGER (William Blake)

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand, dare seize the fire?

And what shoulder & what art,
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand & what dread feet?

What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what the grasp
Dare its deadly terrors clasp? 

When the stars threw down their spears, 
And water'd heaven with their tears,
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?


Ilustração : William Blake


O TYGRE (tradução de Augusto de Campos)

Tygre! Tygre! Brilho, brasa
que a furna noturna abrasa,
que olho ou mão armaria
tua feroz symmetrya? 

Em que céu se foi forjar
o fogo do teu olhar?
Em que asas veio a chamma?
Que mão colheu esta flamma?

Que força fez retorcer
em nervos todo o teu ser?
E o som do teu coração
de aço, que cor, que ação?

Teu cérebro, quem o malha?
Que martelo? Que fornalha
o moldou? Que mão, que garra
seu terror mortal amarra?

Quando as lanças das estrelas
cortaram os céus, ao vê-las,
quem as fez sorriu talvez?
Quem fez a ovelha te fez?

Tygre! Tygre! Brilho, brasa
que a furna noturna abrasa,
que olho ou mão armaria
tua feroz symmetrya?


10 comentários:

Marise Rocha Morbach disse...

Max Martins iria gostar disto.É lindo!

Marise Rocha Morbach disse...

São lindos, os tigres.

Marise Rocha Morbach disse...

Aliás: Max martins gostava dele; e muito!

Marise Rocha Morbach disse...

Achei uma ligação que me lembrava poema que você postou: "Das florestas de Blake aos topos da Ásia, quem, da confusão entre chão e carne com seu púbis, seu discurso e chamas. Quem defende teu rosto deste sudário universal?". Age de Carvalho/Max Martins/A fala entre parêntesis.

Scylla Lage Neto disse...

Marise, Blake era o meu poeta de cabeceira há cerca de 10 anos e por culpa sua e do Max Martins estou atracado no seu livro THE MARRIAGE OF HEAVEN AND HELL, um dos meus favoritos.
Obrigado pelo resgate!
Um abraço.

Erika Morhy disse...

Que beleza! Lindo mesmo. Devo dizer que, de pronto, lembrei de Jorge Luis Borges. Ele também era chegadinho a tigres, pois não?

Marise Rocha Morbach disse...

Scylla, quem sabe um dia me envolvo com o Inglês a ponto de ler Blake nas origens. Fiquei com inveja: mas inveja boa(será que há?).

Marise Rocha Morbach disse...

Sim Erika; ele era chegado nos Tigres: talvez porque era um deles.

Scylla Lage Neto disse...

Erika, concordo com a Marise que Borges era um tigre. Bem peculiar, por sinal.
Abs.

Scylla Lage Neto disse...

Marise, curiosamente eu nunca gostei da tradução do maravilhoso Augusto de Campos, pois sentia falta do verbo ousar (dare), omitido pelo poeta no último verso.
Na releitura de ontem, estimulado pelo sua postagem, fiquei encantado com a simetria das duas versões, como se a tradução tivesse sido feita ainda no século XVIII.
Uma viagem no tempo!