sexta-feira, 12 de abril de 2013

Morrissey vs Thatcher

Entendo perfeitamente  a análise comparativa entre a direita conservadora britânica e a direita tupiniquim dos anos 70 e 80, feita por Elio Gaspari e reproduzida por Scylla Lage Neto, no post E se Thatcher tivesse sido brasileira . Aliás, Gaspari tem mesmo esse dom de entrar na cabeça da Direita, por que hein? Mais, enfin... No Brasil, no contra-campo,  os dissidentes em nada ficaram a dever à esquerda britânica, e também souberam gritar: "Que país é esse?", perguntava Renato Russo, um artista que encarnou no Brasil  o que o Morrissey foi e ainda é hoje na cena musical crítica inglesa. O ex-líder do The Smiths foi sempre uma das vozes contra Thatcher das algumas enumaradas  por mim no post Maggie, musa do avesso,
Há dois dias, no blog dele, Morrissey baixou o cacete no que ele chama de tentativa de se reescrever a História agora que a "sweet Maggie" se foi: "Thatcher não era uma líder forte ou formidável. Ela simplesmente não queria saber das pessoas, e esta frieza foi delicadamente transformada em bravura pela imprensa britânica, que está a tentar reescrever a história para proteger o patriotismo". Morrissey analisa fundo: "o nome de Thatcher deve ser protegido não por causa de todo o mal que ela fez, mas porque as pessoas ao redor dela permitiram que ela o fizesse, e, portanto, qualquer crítica à Thatcher lança uma luz perigosamente absurda em toda a máquina da política britânica".
E ataca o aparato de segurança do funeral de Thatcher marcado para a semana que vem, a um custo de 10 milhões de libras (11 milhões de euros ou 25 milhões de reais): "O funeral vai ter segurança pesada por medo de que os contribuintes britânicos possam finalmente expressar seu ponto de vista sobre Thatcher. Eles serão expulsos com gás lacrimogêneo ao menor gesto pela polícia."  Amargo, Morrissey conclui: United Kingdom? Syria? China? What's the difference?.
Não é à toa que o blog se chama True to you.

3 comentários:

Scylla Lage Neto disse...

Edvan, a política e a mídia se retro-alimentam continuamente, bem além das fronteiras.
A minha dúvida é: quem é urubu e quem é carniça?
Viva Morrisey!
E viva Renato Russo!

Marise Rocha Morbach disse...

Às vezes, tenho a impressão que Renato Russo tinha um fortíssimo viés "madre superiora", algumas letras são muito corregedoras.....e o Elio Gaspari quer ser mais realista que o Rei, isso é muito chato; já a Dama de Ferro tinha um "c de ferro", e era a própria figura da Inglaterra que foi "colonizar" os indianos; prefiro dançar ao som de um tango argentino com o Manuel Bandeira, rs.

Carlos Barretto  disse...

Kkkkkkkk