sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ao amigo

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Um amigo acaba de me fazer uma pergunta que gostaria de ampliar ao leitores do Flanar. Pergunta, o amigo, o que penso sobre multidões que saem às ruas sem propostas e objetivos claros?  Lamento que você não goste de política; mas que goste de ouvir falar sobre ela? Bom, eu responderei a sua pergunta fazendo perguntas: Você tem ideia de quantas pessoas são traficadas por dia, em todo o mundo, e que saíram de seus lugares de origem com acordos e metas fechadas sobre o que iriam fazer nos outros países em que iriam ganhar a vida? Você tem ideia de quantas crianças nascem todos os dias, neste mundo, sem eira nem beira, e com apenas um destino traçado: exclusão e violência? Você tem ideia de quantos trabalhadores rurais foram atraídos para a Amazônia, na década de 70, com a promessa de terra e trabalho? Você tem ideia de quantos deles foram transformados em eleitores, e fazem parte das conexões eleitorais, que mantém centenas de corruptos no poder? Você tem ideia do que é acordar e não ter uma colher de arroz para oferecer a um filho, e não poder fazer aborto por que Deus não quer, e porque não tem um hospital público em que você possa ser atendido, e exercer o legítimo direito de decidir o que fazer com o seu corpo? O que significa multidões irem para as ruas sem um plano fechado e organizado? Você, e milhares, estão morrendo de medo da resposta! Faz parte, meu caro! O grau de incerteza sobre o que quer que seja, tende a aumentar. Resta saber o que é melhor: Tolerância ou coerção? Sou pela tolerância.

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