Os chamados do tigre
Os chamados do tigre me atravessam. Ardem
e medram em sangue sob escombros, plasmam
a carne do meu fruto flamejando-o
Quem defende o meu corpo deste incêndio
desta palavra corpo se afogando?
E quem sou eu para guardar um nome de sua noite? Quem
das grades dessa noite, a pele majestosa, tenso
Vibra seus punhos contra a neve
Tu
que não me dizes nem me sabes, tu
que do topo dos topos da metáfora me alivias
vê:
Do fundo de meus olhos cego-deslumbrados
obscuros laivos de ternura me procuram
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Para AOF
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