terça-feira, 10 de dezembro de 2013
A primeira musa
Nascida e falecida em dezembro (10 e 9 respectivamente), Clarice Lispector foi a minha primeira musa na literatura.
Um de seus livros menos comentados e conhecidos (Água Viva, de 1973), grudou nos meus neurônios quando eu tinha uns 14 anos de idade e só desgrudou anos depois, quando o abandonei pela poesia. Até hoje tenho o mesmo e surrado exemplar, lido e relido até a exaustão, marcado, riscado, amassado e ... amado!
Eu só não conseguia me conformar, então, com a sua morte precoce.
Aliás, ainda não consigo.
Hoje li muitas belas homenagens para Clarice na blogosfera e no Facebook, e me senti compelido a registrar o meu fascínio pelo seu livre pensar.
Pois a primeira musa jamais se esquece.
"... uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi o apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, esperarei quanto tempo for preciso."
(Clarice Lispector)
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2 comentários:
Essa foi, e das tais, abração Scylla
Um abração atrasado, e feliz natal, Marise!
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