segunda-feira, 3 de março de 2008

Imprensa e Certidões de Casamento

Talvez sejam os mais virulentos críticos do presidente Lula. O leitor, contudo, ignora alguns detalhes, zelosamente ocultos, que denunciam os conflitos de interesse por trás das críticas assinadas por Clóvis Rossi e Eliane Cantanhede. O primeiro é cidadão casado com a senhora Catarina Clotilde Ferraz Rossi, presidente do PSDB Mulher. A segunda, chefe da sucursal Brasília da Folha de São Paulo, é nacional casada com Gilnei Rampazzo, sócio de Luiz Gonzales, o marqueteiro da campanha presidencial de Geraldo Alckmin.

5 comentários:

Anônimo disse...

Agora tá explicado os comentários raivosos dessa turma contra o goverdo do Presidente Lula.

Anônimo disse...

Anônimo das 3:51:

Eliane Cantanhede chega às vezes a ser leviana. Mas esse não é o caso do Clóvis Rossi. Jogar todos na mesma bacia de almas pode não ser justo.

Criticar o governo Lula não é necessariamente ser cooptado na rua ou em casa por um caso de amor.

Se assim fosse, teria que duvidar do antigo companheiro de jornada Clemente Ganz Lucio, que coordena o escritório nacional do DIEESE e divulga seus insuspeitos dados mostrando que apesar do crescimento do emprego, os salários estão cada vez mais baixos, resultando numa massa salrial hoje menor do que em 1998.

Ou, por essa linha, teria que achar que o Clemente anda namorando - ou casou sem me avisar - com uma peessedebista qualquer.

Abração.

Itajaí disse...

Bia,
Críticas são fundamentais para o fortalecimento do processo democrático, mas seriedade de propósitos e a tal transparência que tanto exigem do governo, também.
Estamos falando, portanto, de ética - inteira, íntegra e não pela metade -, que toda a diferença faz, quando se é colocado na bacia das almas.
Um exemplo de boa prática na produção de conhecimento e informação:
Em textos científicos, autores sérios, que publicam em revistas não menos sérias, antes de verem publicados seus artigos declaram que não têm conflito de interesse sobre o tema que abordam, e esta declaração é encartada no final do artigo publicado para dar solidez a informação que transmitem ao leitor.
Mas, se tal boa prática não é possível de adotar em revistas e jornais leigos, que ao menos adotassem abaixo de seus títulos um dos subtítulos esclarecedores: órgão oficial (ou oficioso) de divulgação da organização, ou do partido A, B, C ou D, ou do lema "se hay gobierno soy contra". Nesse sentido o Pravda (pré-glasnost) foi bem mais honesto com seus leitores do que alguns jornais brasileiros e seus (bem) assalariados articulistas.

Itajaí disse...

Por outro lado, pareceu-me que você faz uma pequena confusão com as palavras de Clemente Galúcio: confundindo evolução da massa salarial com evolução do salário mínimo e poder de compra.
Vejamos o que diz o jornal Estado de São Paulo, no artigo "Cresce massa salarial":
"A soma dos salários pagos aos trabalhadores da economia formal - tem crescido em ritmo acelerado nos últimos anos. Calcula-se que, do início de 2005 até o fim de 2007, o aumento tenha sido de 30% em termos reais. Os ganhos de renda ocorrem em todo o País, mas, em 2005 e 2006, eles foram maiores nos Estados mais pobres; já em 2007, os Estados mais industrializados devem ter puxado o crescimento da massa salarial nacional.
Os dados já consolidados, que constam da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) que os empregadores são obrigados a apresentar ao Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que, no acumulado de 2005 e 2006, a massa salarial do País aumentou 20,6%. Na Região Sudeste, o crescimento, de 18%, foi inferior à média nacional. Mas nas regiões menos desenvolvidas o aumento foi muito superior à média nacional. No Norte, foi de 28%; no Nordeste, de 30%; e no Centro-Oeste, de 26%."
Diz Clemente Ganz Galúcio em 2003:
"O atual salário mínimo vale hoje 28% do poder de compra que ele possuía em 1940, quando foi criado. Equivale a dizer que em 1940 o valor do salário mínimo corresponderia a R$ 650 hoje. Em 1952, o valor do salário mínimo corresponderia a mais de R$ 800 nos dias atuais".
Diz Ganz Galúcio em 2008, no day after do atual reajuste do salário mínimo:
" Está em prática uma política de reajuste para o salário mínimo acertada em dezembro de 2006 entre governo e sindicalistas, que valerá até 2010, último ano do governo Lula. Pelo acerto, o reajuste é calculado com base no INPC dos 12 meses anteriores e no crescimento do PIB de dois anos antes."
E o representante do DIEESE conclui com honestidade:
"A novidade é que desde 2004 temos uma política de aumento real. Nos próximos anos já está definida uma metodologia, quando antes era preciso negociar ano a ano".
Desculpem o longo comentário, mas não havia outro jeito de esclarecer a questão na forma como foi inserida no debate.

Anônimo disse...

Caro Oliver,

a confusão não é minha.
Poder de compra do salário mínimo é o que o Clemente, ou melhor, o DIEESE analisa no Estadão.

Massa salarial é a soma dos salários pagos. No caso, o salário médio dos assalariados tem subido a partir de 2004, pelo menos ns rgiões etropolitanas. Porém, se comparado o salário médio de 1998 com o de 2007, este ainda é bastante inferior.

O banco de dados do DIEESE está aqui:http://turandot.dieese.org.br/icv/TabelaPed?tabela=14.

Quanto à política real de aumento do salário mínimo, ela é uma realidade que vem sendo construída pelo movimento sondical desde o governo Itamar Franco.

O que eu dizia - e repito - é que Clóvis Rossi é um crítico do Governo, mas que seu casamento não parece ser o motivo para isso. O jornalista com 30 nos de estrada e não merece essa desqualificação.

Um abraço pra você.

Abraço.