Li aterrorizado no UOL, uma notícia inacreditável.
Médico retira útero de mulher por engano
No Espírito Santo, um cirurgião retirou o útero de uma mulher de 29 anos por engano. Isso mesmo. Por engano.
Infelizmente, tais fatos vez por outra surgem no noticiário. E sempre que isso acontece, experimento uma mistura de constrangimento e terror. Constrangimento por ser médico e terror por também ser paciente. Mas o que de especial tal notícia poderia provocar além do que sempre provoca? Se lermos com detalhes a notícia, veremos que as explicações do médico agravam mais o fato. Pois traduzem uma total impessoalidade do médico com seu paciente, a ponto de "um erro de ortografia num mural" ser citado como a causa da tragédia.
Será que tal fato não pode servir ao menos para que nós médicos façamos uma criteriosa revisão de nossas atitudes, condutas e rotinas?
3 comentários:
Reflexão necessária,meu caro.
Mas as condições de trabalho de muitos médicos precisam ser refletidas também, pela sociedade.
Duro é que a vida está sempre acima de todas as questões.
Brretto, vou te dizer uma coisa:eu não gostaria de entrtar em seu local de trabalho.Nunca.
Mas, se um dia entrar, torço para lhe encontrar pela frente..eheh.
Sem dúvida, Juvêncio. As condições de trabalho são sempre importantes. O problema é detectar a impessoalidade em vários e distintos lugares. Mesmo naqueles onde elas não estão exatamente inadequadas. Daí a necessidade de reflexão continuada, além da tão propalada educação continuada.
"Será que tal fato não pode servir ao menos para que nós médicos façamos uma criteriosa revisão de nossas atitudes, condutas e rotinas?"
Não sou médico, mas, mesmo com todo o respeito que a sua profissão merece, eu acrescentaria a essa sua sugestão a palavra "consciência".
Uma sugestão que, inclusive, aplica-se a qualquer profissional que deseje desempenhar seu papel com retidão e ética. E que é fundamentalmente importante para aqueles cuja atuação tem repercussão direta e imediata na vida de um ser humano.
Postar um comentário