quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
Grão Pará, 1918
Gaumont-Pathé. Revolução de 30 no Pará (foto de filme).
"Atraído pelos anúncios, fui ao Largo da Pólvora assistir a um comício organizado pelo operariado. Entre os que falaram encontravam-se alguns patrícios meus que nada deviam à inteligência e que me causaram imensa pena pelos dislates que disseram.
Todos os oradores foram unânimes em verberar a classe patronal, chamando-lhe nomes muito feios, sem contudo concretizarem as suas reivindicações sociais, mais parecendo que o desejo dos reclamantes era inverter as posições e passarem eles a patrões e estes a empregados.
Saí do comício com idéias socialistas muito confusas. No entanto, quando confronto o que se passava naquele tempo com os progressos alcançados até agora em matéria social, chego à conclusão de que, com dislates ou sem eles, valeu a pena ao proletariado batalhar e insistir pelas suas reivindicações justas e humanas."
Nas terras do Grão-Pará. Atribulações de um emigrante adolescente. Henrique Gonçalves. Atlândida Editora. Coimbra, 1964.
Postado por
Itajaí
às
23:33
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Cultura
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