Candeia foi compositor de sambas tristes, em tom menor, com melodias melancólicas e letras belíssimas. Foi gravado por Paulinho da Viola, Marisa Monte, Clara Nunes, Originais do Samba (onde pontuava Mussum, mais engraçado dos Trapalhões), dentre vários outros.
Sempre adorei as músicas de Candeia. Seus sambas são lindos, carregados de tristeza. O preferido das gerações mais novas é certamente Preciso Me Encontrar (“... quero assistir ao sol bater, ver as águas dos rios, correr, ouvir os pássaros, cantar...”), gravado por Marisa Monte em seu primeiro disco. O que mais gosto é Filosofia do Samba (“... mora na filosofia, morou Maria, morou Maria, morou Maria...”), que ouvi pela primeira vez em uma coleção de vinis da Abril Cultural sobre samba lançada na década de 70, que meu pai comprava religiosamente toda semana e que se perdeu no tempo. Lembro também que Testamento de Partideiro (“... pra minha mulher, deixo amor, sentimento, na paz do Senhor, e para meus filhos deixo bom exemplo, na paz do Senhor...”) fazia parte de um disco dos Originais do Samba que tinha também Esperanças Perdidas, um de meus sambas preferidos e que nunca mais foi gravado por nenhum outro intérprete.
No sítio que indiquei acima, descobri o provável motivo da tristeza de Candeia. Ele, que havia sido um policial truculento, ao que parece nunca se recuperou de um tiro na coluna que o deixou paraplégico.
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