O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) apresentou projeto que impede parlamentares, prefeitos, governadores e presidente da República de matricularem seus filhos em escolas particulares durante a educação básica.
Quem tem cargo eletivo seria obrigado a colocar filhos e demais dependentes em escolas públicas a partir de 2014. A punição para quem descumprir a regra não está prevista, mas Cristovam disse que para os parlamentares federais poderia ser considerado quebra de decoro.
Ele disse que não estudou nem colocou seus filhos em escolas públicas, mas justificou que na época não era parlamentar.
Para o pedetista, com os filhos de políticos na escola pública, haverá melhoria na educação gratuita.
Se os políticos só pensam em seu próprio bem-estar, por que não forçá-los a melhorar a escola de seus próprios filhos? Quem sabe, assim, não sobraria alguma coisa para os pobres mortais?
12 comentários:
Esse Cristovão é um pândego. Também vai obrigar os parlamentares, presidente, governadores, prefeitos a andarem de ônibus e só se consultarem no SUS? Essa lei salvo erro é tão trôpega que, além de não prever pena, também tem todo o jeitão de inconstitucional.
Inconstitucional ou não, acho que o senador poderia deixar de timidez e expandir o projeto para contemplar também a área da saúde. Quem sabe até arriscar uma pena mais dura, para além da simples quebra de decoro...
ASF
Não sei se é inconstitucional ou inócua, pois não entendo do assunto. O que a mim espanta é a lógica rizível: "com os filhos dos políticos na escola pública, haverá melhoria na educação". Para quem foi Ministro da Educação, achar que a melhoria do ensino está nessa solução, soa meio como um insulto para si, e para o cidadão brasileiro. Talvez por isso tenha sido demitido por telefone.
Concordo com o anônimo e com você, Oliver. O apelo do post foi irônico.
Só discordo da demissão por telefone. Em que pese a falta de razoabilidade da proposta, Cristóvam Buarque merece mais respeiton pelo, digamos, conjunto de sua obra.
Antônio, desculpe-me, mas "inconstitucional ou não" soa, para mim, como um palavrão cabeludíssimo. E deverá ser assim para todos os cidadãos, pelo bem do Estado de Direito.
Ok, Francisco. São palavras do calor da hora. Mas, que idéia esta!
... pra mim soa muito mais como uma provocação do senador Cristóvão, bastante compreensível inclusive.
Afinal vivemos em um país onde o presidente do senado zomba da população e faz conchavo abertamente com o executivo para ser inocentado, onde criança fica encarcerada por quase um mês inteiro e é violada sexualmente com o beneplácito do estado...
Assim fica difícil levar as coisas a sério companheiros.
ASF
Oliver, concordo. Uma idéia de "jerico", como se dizia antigamente.
Pode ser uma simples provocação, Antônio. Se for, está explicado, e o senador entra no clima do post. Se não for, a idéia é meio "abilolada" e não trará nenhum benefício, a não ser entrar para o rol das leis natimortas.
Das inúmeras que por aí existem, inclusive, para fazer a festa de políticos e oportunistas. E desmoralizar a quem fica com o fardo de fiscalizar seu cumprimento e de rebate, menosprezar os cidadãos.
A proposta pode estar distante de se tornar lei, mas não chega a ser uma "idéia de jerico" como você diz meu caro.
Isso é má vontade, principalmente se compararmos com tantos outros projetos brilhantes propostos por nossos nobres e respeitabilíssimos representantes.
No mínimo eu acho que serve de provocação, como já disse aqui.
ASF
Caro ASF, foi como eu disse antes: se foi provocação, ótimo. Serve para pensar - como de resto, foi o propósito do post, como prova seu título.
Entretanto, a lei é inexeqüível e, tão mal quanto, inócua. Não vai, efetivamente, melhorar nada do ensino público. Por isso a crítica, que absolutamente não é má vontade - até porque o senador Cristóvam Buarque efetivamente merece o maior respeito da minha parte, e mereceu inclusive o meu voto nas eleições presidenciais passadas.
Quanto aos demais projetos de lei de semelhante feitura, eu também os classificaria como "idéia de jerico".
Abs.
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