No prólogo do texto, o relatório apresenta como destaques negativos no país “problemas nos sistemas judicial, prisional e de segurança pública, entre os quais violações sistemáticas dos direitos humanos”. Para a Anistia Internacional, as dificuldades encontradas “contribuíram para os níveis elevados e persistentes de violência criminal”.
O capítulo salienta que o primeiro mandato do presidente Lula “foi marcado por extensas alegações de corrupção por todo o espectro político”, cujas investigações revelaram “vínculos diretos e indiretos com a erosão da proteção aos direitos humanos”. Segue aduzindo que “em todos os níveis do poder Executivo e Legislativo, foram amplamente divulgadas malversações de verbas públicas que, tanto enfraqueceram a capacidade das autoridades de garantir os direitos humanos básicos por meio de serviços sociais, quanto diminuíram a confiança pública nas instituições do Estado”.
Tratando especificamente da Justiça Criminal e suas instâncias de apoio, a Anistia Internacional realça que o “descaso de longa data dos governos estaduais e federal” impediu que as prometidas reformas substanciais nos sistemas judiciário, prisional e policial fossem implementadas. Com isso, houve “violações sistemáticas dos direitos humanos por parte destes agentes responsáveis pelo cumprimento da lei”, incluindo “o uso excessivo da força, execuções extrajudiciais, tortura e maus-tratos”.
O trecho do capítulo relativo ao sistema carcerário trata sob a mesma epígrafe os sistemas prisional e o penitenciário, concluindo que ambos entraram
Houve relatos persistentes de violações contra prisioneiras. Na Colônia Penal Feminina,um presídio de mulheres no Recife, a AI testemunhou condições extremamente precárias. As internas dormiam no chão e nos chuveiros, os serviços de saúde eram limitados e elas relataram o tratamento violento recebido dos carcereiros. As crianças recém-nascidas ficavam nas celas com as mães, algumas das quais estariam doentes, sem atendimento médico e condições de segurança suficientes.
Imagina-se agora o que dirá o relatório 2008 da Anistia Internacional, após o caso de Abaeté.
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