sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Tupi or not Tupi

O mundo vive o anteato de mudanças radicais no paradigma energético. O era do petróleo prenuncia estar chegando ao fim, como demonstra sua exaustão em tradicionais produtores do Oriente Médio. As atuais reservas do Egito, por exemplo, duram apenas mais 15 anos, obrigando ao país, tal qual o Irã, a reativar seu programa nuclear. E aqui, en latino america, na bem fornida Venezuela, as reservas, calcula-se, estão garantidas por mais 75 anos.
Não obstante, ainda que por menos de um século, a matriz de produção da economia mundial ainda seguirá dependente dos hicrocarbonetos. Será, contudo, progressivamente uma alternativa energética de cara produção/consumo em razão dos danos ambientais associados e a exigência de tecnologias cada vez mais complexas necessárias à exploração. É o caso, por exemplo, do Canadá que produz petróleo a partir de areia betuminosa (abundante na costa amapaense) para os EUA. Aliás, os norte-americanos em que pese guerrearem no rico areial do Oriente Médio, garantem o suprimento petrolífero para sua poderosa indústria com base em apenas três países: Canadá, México e a Venezuela de Don Chaves. São guerras, portanto, de imperativo geopolítico, travadas para garantir a influência política-militar norte-americana na região e o equilíbrio do mercado capitalista como um todo.
Logo, neste cenário, a novidade da grande reserva de petróleo no campo Tupi da bacia de Santos, anunciada ontem pela Petrobrás, é motivo de justa euforia, e também de preocupações pelas razões já comentadas. Outra, pedra ainda não cantada na mídia brasileira, diz respeito ao uso qualificado dos milionários roialties percebidos pelas prefeituras de municípios onde as reservas são localizadas. Com tanto dinheiro já bem poderiam oferecer melhor qualidade de vida e segurança aos moradores, especialmente os de suas periferias. Entretanto, o cenário é a mazorca que nos desafia a inteligência.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meu caro Francisco:
Essa estória de descoberta de poço de petróleo e gás é mais marketing que outra coisa. A petrobrás sabe exatamente onde tem muito e pouco petróleo, principalmente na bacia de campos. O problema é a exploração. Não adianta ter mil poços e só ter alguma plataformas. Aí reside o problema.

Antonio carlos revelando a verdade monteiro

Itajaí disse...

Ora, Toninho não é o Francisco é o Oliver quem escreveu. Exatamente como dizes, o problema não é saber onde, é a qualidade e o como tira-lo dos confins da terra sem agravar o meio-ambiente e garantir desenvolvimento. Algo assim como o mito do gigante Locusto. É o problema da costa do Amapá e outras áreas da Amazônia.