quando as serpentes paguem para ser serpentes
e o sol para ganhar seu pão recorra à greve -
quando o espinho olhe a rosa com suspeita
e o arco-íris faça seguro contra a neve
quando tordo nenhum puder cantar enquanto
todos os mochos não fizerem a censura
- e os mares tenham que fechar para balanço
se as ondas não tiverem posto a assinatura
quando o carvalho pedir vênia ao vidoeiro
para gerar seus fruto - o vale casse a vista
dos montes, porque são altos, e fevereiro
acuse março de ser terrorista
então acreditaremos nessa incrí
vel humanidade inanimal ( e só aí)
e. e. cummings - poemas (tradução de augusto de campos).
Francisco Alves, 1999.
domingo, 27 de janeiro de 2008
poema 27
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