sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Quanto vale?

Estupefatos com o lucro de 2007 anunciado há duas semanas pelo Itaú, de cerca de 8 bilhões e 400 milhões de reais? Pois a Vale, ex-CVRD, apresentou ontem o seu, para o mesmo período: R$ 20.000.000.000,00. Isso mesmo: vinte bilhões de reais. Nada de receita, ativos ou outro conceito contábil qualquer - só o melhor deles: lucro.

As empresas privadas têm investidores a remunerar. Nada mais natural, então, que a busca pelo lucro; esta é a lógica do capitalismo. Mas qualquer empresa, principalmente sendo do tamanho da Vale e com as características de sua principal atividade, deve muito às regiões de onde tira seu fabuloso resultado.

Aí, pergunta-se, só para não esquecer: quais os benefícios que a corporação concede ao Pará, condizentes com o tamanho da participação dos recursos naturais do Estado no lucro anunciado?

4 comentários:

Yúdice Andrade disse...

É por isso, Francisco, que para mim não existe meio termo no caso: tribute-se! E condicione-se o funcionamento da empresa à efetiva implementação de programas sociais de largo alcance. Toda grande empresa cuja atividade provoque grandes impactos ambientais deveria ser submetida a isso.
Tentaram criar um imposto sobre grandes fortunas que, obviamente, não saiu do papel. Deveriam criar também um imposto ou alíquota especial sobre faturamentos mirabolantes. Melhor isso do que tributar o salário do trabalhador.

Anônimo disse...

Trabalhei em Carajás em 79 e já se falava do buraco que estávamos abrindo no meio do Pará.Seria interessante uma análise tributária porque a exportação no Brasil é isenta de tributação , além disso ela sai por Itaqui , MA , gente se bobear essa Vale não recolhe é p. nenhuma para o PA e ainda goza de isenções bandidas politiqueiras.
Bota gente séria pra analisar evcs vão ver o tamanho do "lucro".
Abs Tadeu

Francisco Rocha Junior disse...

Yúdice e Tadeu, vocês tocaram num ponto importante da discussão: qual o retorno que provém ao Estado do Pará a concessão de tantas isenções para a ex-CVRD? E mais: quanto custa conceder isenções para outros empreendimentos que nada agregam, sob o aspecto social, ambiental, urbanístico, "et caterva", para as regiões onde estão situados?
Enquanto isso, alguns empreendimentos que podem melhorar a qualidade de vida dos habitantes das regiões próximas têm seus pleitos de benefícios fiscais negados.
Seria interessante que o governo do Estado tornasse transparente sua política de benefícios fiscais, indicando critérios, finalidades, modo de fixação de percentuais. Por que não fazem? Por que nunca o fizeram?

Anônimo disse...

Francisco
O rei está nú.
Abs
Tadeu