domingo, 18 de maio de 2008

Museu da Informática

Enquanto alguns colecionam selos, moedas, livros antigos, etc, eu gosto de manter em funcionamento algumas relíquias da informática. Vejam por exemplo o portátil abaixo.


Armada 4160T em foto tirada há poucos minutos.

Um autêntico Compaq (atual HP) Armada 4160T, montado em uma dockstation multimedia, pesando no conjunto 3,5 kg. Um pentium 166 MHZ MMX, com 32 megabytes de RAM, HD de 2 gigabytes, drive de disquete de 3 e 1/2 polegadas, modem de 56 kbps, entrada para cartões PCMCIA (uma ocupada pelo modem), porta infravermelho, saída para TV (um avanço para a época), porta serial e porta paralela. Com Windows 95 original em francês, em pleno funcionamento!


Windows 95 em francês.

Agora veja seus principais problemas, que servem para ilustrar os avanços da computação pessoal da atualidade.

a) ausência de rede: não possui uma mísera porta ethernet (RJ45). Nem é bom falar de rede wireless. Mas tanto uma quanto a outra, poderiam ser adicionadas na forma de cartões PCMCIA.
b) ausência de portas USB: aqui, um gravíssimo problema. Possivelmente insolúvel uma vez que, nem o Windows 95 tinha suporte para a tecnologia USB na época. E mesmo que atualizássemos o sistema operacional (absolutamente desaconselhável nesta configuração), como poderíamos adicioná-las fisicamente no portátil?
c) teclado original em francês: outro problema gravíssimo que torna a digitação de textos em português possível, porém,...Bem. Digamos que você vai sentir falta de uma boa e velha máquina de escrever.
d) sistema operacional em françês: entender prosaicos ícones como Poste de Travail, Voisinage réseau, Raccourci vers, Démarrer, Arrêter, pode demorar um pouco. Muito mais, se você nem sabe o que é Windows 95.
e) mau contacto com a fonte de alimentação externa: e isso faz com que, vez por outra, ele se desligue. Poderia ser resolvido com uma fonte de alimentação universal para notebooks, da Targus, por exemplo. Mas investir 180 reais num bichinho que pode mesmo apresentar uma morte súbita, não parece uma boa idéia.
f) configuração de hardware: pentium de 166 MHZ? HD de 2 gigabytes? 32 megabytes de RAM? O que ainda funciona nesta configuração? Só textos e internet. E olhe lá! Ou talvez um firewall para fornecer segurança adicional em rede, com Linux instalado. Até o mais simples iPod nano tem mais capacidade de armazenamento que este portátil. Portanto, nem pense em transformá-lo em um player de mp3.

O interessante é que ele vem acoplado a uma dockstation multimedia que acrescenta além de mais peso, um drive de CD, mais dois alto-falantes de som chinfrim, uma porta serial e uma paralela.
Neste perfil, o Armada 4160T era notável para a época. Um portátil high-end, num momento onde possuir drive de CD era um luxo e tanto.
Surpreendente é que, pesquisando na internet, encontrei-o à venda em lojas de usados pela inacreditável quantia de 700 dólares! Talvez sejam sítios antigos, originados na base de dados em cache do Google. Mas pesquise você mesmo. Pode ser que seja verdade e alguém esteja tentando se livrar dele e ainda obter algum lucro.
O que vou fazer com ele?
Além de guardá-lo, vou desafiar o ASF@Web a instalar uma versão enxuta do Linux. Quem sabe ele não dá uma "remoçada" no bichinho.

Atualizada às 8:30 h do dia 19
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Pela segunda imagem, é óbvio que o portátil foi atualizado para Windows 98, muito embora seu CD original venha com Windows 95. Ele já trabalha então, no limite de sua capacidade.

8 comentários:

Yúdice Andrade disse...

Visitei, há dois anos, um pequeno museu de tecnologia, no Parque da Malwee em Jaraguá do Sul - SC. Se um dia tivermos um museu parecido, por estas bandas, teus equipamentos acabariam por lá? Se eles assinassem um termo de compromisso, para manter tudo funcionando?

Carlos Barretto  disse...

Sem dúvida, Yúdice. Espero que até lá (???), ele ainda esteja funcionando.
Rss...
Abs

Itajaí disse...

Na próxima visita que fizer, vou levar-te uma raridade que tenho guardada comigo ao menos 15 anos...
Uma Casiopéia, a avó dos handheld e assemelhados, incluídos os smartfones!

Frederico Guerreiro disse...

Para barrar isso, só mesmo uma Remington ou uma Olivetti. Vade...

Carlos Barretto  disse...

Lembro bem dela, Oliver. E é um ítem valiosíssimo para um suposto Museu da Informática. Tive uma destas agendas eletrônicas com apenas 32 kbytes de armazenamento.
A propósito. Você se lembra daquele meu portátil Toshiba branco (386 DX) com Win 3.11 e tela monocromática?
Ele morreu há algum tempo. Desmontei-o todo em busca de conhecimento da arquitetura interna dos notebooks. Serviu para me explicar, como eles conseguem embutir tanta coisa em tão pequeno espaço.

Abs

Carlos Barretto  disse...

rsss..

Grande Fred.
Bom vê-lo por aqui. Quando eu era garoto, o sonho de consumo era uma daquelas velhas IBMs elétricas.
E sei de gente que ainda a tem. Bem que poderiam um dia doá-la ao Museu da Informática.
Abs

Itajaí disse...

Sim, lembro e fico estarrecido que estripaste o bichinho!

Carlos Barretto  disse...

Sim. O fiz.
Com toda a dignidade que o bichinho mereceu por relevantes serviços prestados. Mas assim pude entender como são feitas as conexões em um notebook, sua arquitetura de ventilação, a disposição dos periféricos miniaturizados, e principalmente, por que são tão onerosos.
Ao final, ao menos na época, não havia dúvidas quanto as respostas.
Abs