quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Reitoria divulga Nota Oficial na UFPaNet

O Reitor da UFPa, Alex Fiuza de Mello, divulgou agora há pouco, nota oficial no e-mail da UFPa em resposta ao que designa como "sucessivas notas inverídicas e caluniosas, sistematicamente veiculadas contra a Reitoria, nas últimas semanas, por alguns blogs".
Leia a íntegra da nota abaixo.

Nota Oficial da Reitoria (Título do E-mail)

Em razão das sucessivas notas inverídicas e caluniosas, sistematicamente veiculadas contra a Reitoria, nas últimas semanas, por alguns blogs, notoriamente movidas por interesses associados à campanha sucessória na UFPA, venho a público e perante a comunidade universitária contestar o lastro dessas notícias – sobre, por exemplo, ações relacionadas ao “redimensionamento de pessoal” e a supostas perseguições -, absolutamente carentes de provas, e desafio suas fontes à devida demonstração. Trata-se de uma forma de fazer política ultrapassada, rasteira e retrógrada, destituída de lisura e de argumentos acadêmicos, que não condiz com os novos tempos da instituição. Tal postura apenas denuncia a verdadeira substância de seus autores (conhecidos de todos) e a pequenez de espírito que lhes move, em contradição com o justo compromisso ético que deveria inspirar quem pretende a direção de uma instituição universitária.
A Universidade mudou; mas, infelizmente, essas pessoas e grupos – resquícios de um passado que não pode mais retornar –, não. Seus reais objetivos, escusos e não revelados em público, pautados unicamente em vantagens pessoais, em privilégios e na instrumentalização do espaço público para interesses privados e corporativos, se chocam com todo o ideário de um projeto que aspira uma universidade de qualidade, conduzida por dirigentes comprometidos, pelo exemplo e por atitudes, com os destinos do mérito acadêmico e com a eficiência e a nobreza do serviço público.


Belém, 4 de novembro de 2008

ALEX FIUZA DE MELLO
Reitor

6 comentários:

Anônimo disse...

Formei-me na UFPA no fim da década de 80, fiz minha pós-graduação com recursos próprios.
Exerço o magistério desde 1991 e pedi demissão das faculdades particulares, com a ilusão de colaborar na construção de uma universidade pública, plural e democrática.
Sou professor da UFPA faz mais de 15 anos (nunca me afastei para exercer funções administrativas). Às vezes em que as exerci, não me afastei da sala de aula.
Pela minha vivência, confesso que pouco importa qual o grupo que estará na Reitoria, pois pouco se pode fazer na UFPA, o sistema não permite.
A UFPA é denominada por grupos, os que têm mais “prestígio” no momento levam mais benefícios, é sempre uma ponte para outros rumos, como a política partidária ou ser nomeado em escalões do governo estadual ou federal.
As salas de aulas estão sucateadas, não há espaço para o professor atender o aluno da graduação ou da pós, depois de quatro ou cinco horas de aula, sequer temos água ou café, temos que comprar água para refrescar a garganta.
A gente atende em pé mesmo ou fora da UFPA, pois a sala dos professores tem apenas uma mesa e seis cadeiras e vive cheia.
Projetor existe um, mas está quebrado, assim na UFPA ainda as aulas são ministradas como na idade média, pela garganta do professor e o quadro de anotações e olhe lá.
As portas não têm mais fechaduras e assim, abertas ficam.
As salas estão lotadas, com 50 ou 55 alunos, o professor tem que ficar berrando para tentar ser ouvido, pois do lado de fora é gente vendendo tudo o que for possível, alunos se reúnem e falam alto, cachorros ladram, gatos miam e até há passagem de motocicletas na passarela.
O quadro magnético está deteriorado e se o professor não comprar caneta pincel ou apagador, ficará sem condições de ministrar aulas, falta até papel para as provas e os alunos tiram uma folha do caderno e fazem o exame.
O banheiro está interditado, assim se tem esperar chegar em casa para fazer um xixi, pois não dá para se fazer na área aberta da UFPA, apesar de já ter visto alunos no local e fazendo suas necessidades urinárias.
Numa das salas que dou aula, o tampo da mesa está solto e quando se tenta escrever ele escorrega, além do que saiu totalmente o estofado dos braços da cadeira, estando exposto apenas o ferro, as janelas estão emperradas e o calor é insuportável, especialmente a tarde.
Não há como se distribuir textos aos alunos, deixamos o material no centro acadêmico e os alunos que tem dinheiro fazem a reprodução ou demais ficam sem o material ou se manda aos e-mails dos alunos que tem essa ferramenta.
Não há computador aos professores, acesso a internet, nem se fale, mesmo que o professor tenha um laptop, não tem como acessar nada, pois não há rede sem fio, Xerox, só pagando do próprio bolso.
A UFPA fornece ao mercado, profissionais nessas áreas, mas internamente está ainda como nos tempos da caverna.
Há constante falta de energia elétrica, de servidores e de material, e não há nenhum suporte ao professor, infra-estrutura, talvez quando houver um PAC-UFPA.
A noite é um terror, tudo muito escuro, sem qualquer segurança e especialmente as alunas imploram para que a aula termine mais cedo, diante do risco de assaltos e até estupro.
Os vencimentos, bem, isso a gente nem precisar falar, pois há uma séria distorção no serviço público, o salário é baixo, mas as funções comissionadas para cargos administrativos são elevadas, assim as atividades-meio são privilegiadas, as atividades-fim desprezadas.
Assim, quem é “apenas” professor a remuneração é aviltante, mas se conseguir junto a Reitoria ou no seu Centro um cargo de livre nomeação fica afastado da sala de aula e receberá muito bem por isso.
A burocracia é infernal, um requerimento para sair da Coordenação do Curso à Reitoria demora meses e se não se correr atrás, não há qualquer intimações dos atos do procedimento.
Não se acompanha nada pela internet, em quase todos os órgãos públicos o servidor sabe a tramitação do seu processo, na UFPA, é ainda tudo manuscrito, distante e nada transparente.
Porém, há uma compensação, quando você consegue daquele grupo de 50 alunos, passar e aprender com uns três ou quatro e ver no decorrer da vida que eles se destacaram e exercem funções relevantes na sociedade, contribuindo com o próximo e com a comunidade, se vê que o sacrifício valeu a pena.
Está é a razão para se ficar na UFPA, a possibilidade de se resgatar poucos, mas valiosos alunos desse mar de hipocrisia e alienação política e cultural.
Desculpe-me por não colocar meu nome, sou covarde mesmo, mas em mais de uma década na UFPA, sei que posso ter represálias, pois como disse Chico Buarque, vence na vida quem diz sim.
Ao se disser NÃO, provavelmente seria enforcado.

morenocris disse...

Barreto, levei o post. Beijos.

Anônimo disse...

Caro Flanar,

Sou professor desde 1990. Na mesma instituição. São inegáveis os avanços, ainda que tenhamos problemas. Triplicamos os cursos de pós-douturado, duplicamos os mestrados. Somos a universidade que mais tem alunos no Brasil 45.000. O orçamento de custeio quase triplicou, saímos de 10 para 5 do BRasil. O número de novos cursos avançou, inclusive para os campi. O telesaúde e o ensino a distância são ferramentas de formação não inimagináveis até pouco tempo. Muitos são formados agora. Todas as salas de aula Campus I (antigo básico) estão reformadas e climatizadas. E, estamos avançando para novas áreas. Há um processo de urbanização e modernização dos prédios. Novas estruturas sendo construídas (castanhal, cametá, etc...). A capacidade de atração de recursos aumentou enormemente. Um novo restaurante universitário será inaugurado no Campus II, agora todo climatizado. O Parque tecnológico licitado pelo governo do estado, será uma realidade em breve.
Hoje temos agenda de compras e empresas contratadas para fazer manutenção predial e projetos.
Há um processo de colegialidade intenso e a comunidade é ouvida nos vários forúns.
Temos problemas sim... Mas a vida já foi muito pior quando tínhamos gestões que não se preocupavam com a universidade.
Qual o principal problema: é que temos um professor, que ainda está flanando. Ocupa cargo na administração para não ficar na sala de aula. Não cumprem carga horária no cargo. Não aparecem na sua sala de aula. Está descredenciado da pós-graduação do seu instituto por insuficiência de desempenho. Mas quer ser reitor...
E o reitor e a vice-reitora da atual gestão? Além de todo o trabalho do cargo em uma exitosa gestão, ministram disciplinas na pós e na graduação. Essa é a diferença.
Eu e meu colega somos da mesma instituição e vivemos realidades diferentes e temos avaliações diferentes, ainda bem. Concordo com ele em um ponto, nosso salário poderia ser melhor... Mas no que diz respeito a melhoria da UFPA... Se continuarmos nos consolidaremos como uma das melhores universidades do Brasil. É preciso avançar, voltar ao passado nunca mais.
Ah! não acredite em ninguém, vá no campus do guamá e lance uma pesquisa para quem quiser sobre a modernização dos campi do interior.

Carlos Barretto  disse...

Pode levar, Cris.
Bjs

Carlos Barretto  disse...

Para ambos os anônimos, e os demais que eventualmente surgirem.
Enquanto o debate mantiver este bom nível que seus notáveis comentários demonstram, continuaremos moderando positivamente.
E não se preocupem com o que acredito ou deixo de acreditar. Já vai longe o tempo em que opinava de "orelhada".

Abs aos dois e obrigado pela visita.

Anônimo disse...

Faço coro ao primeiro professor que postou, pouco mudou na UFPA, que só serve para poucos.
Também sou professor faz longos anos e a estrutura para se trabalhar é precária, deficiente mesmo.