É uma chaga no Oriente Médio o conflito árabe-israelense. Quando buscamos nos informar melhor sobre a origem, responsabilidades e conseqüências desse conflito de imediato nos vemos envolvidos num cipoal de opiniões, desinformações e preconceitos, essas armadilhas comuns aos dramas humanos que mobilizam paixões e ideologias.
Está claro que a razão de todo erro é a intolerância bilateral de palestinos e israelenses, oportunizada com maestria pelas grandes potências ainda preocupadas com as jazidas petrolíferas e outros minerais que por lá a terra guarda. É claro que existem outros atores que também tiram lucros bilionários ou de tostões nesse conflito. Não faltam senhoras Carrar* para todo gosto e uso.
Israel tem um dos melhores exércitos do mundo e certamente o melhor da região em conflito. Contudo a imposição militar de aniquilar o inimigo Hamas se torna ineficaz e imoral visto que para ir adiante é inevitável o sacrifício de civis não combatentes, com a garantia certa de que no médio e longo prazo novos movimentos fundamentalistas islâmicos se organizarão para atacar o estado judeu e fomentar a resistência de ódio alimentada na região. É um moto contínuo de sangue, suor e lágrimas.
Alguém disse que urge mudar os atores envolvidos nas negociações de paz entre uma autoridade palestina fantoche de um grupo terrorista sanguinário e a cúpula militar israelense que sobre o terror imposto pelo inimigo manobra com o terror psicológico para obter apoio da população de Israel alvo de atentados e mísseis mortíferos. De fato é urgente mudarem todos, pois manu militari em geral constroem desfechos burros e limites imponderáveis.
Está claro que sem uma resposta à miséria imposta aos palestinos os jovens se tornam presas fáceis da retórica odiosa e estéril fomentada nas fornalhas do Hamas e dos aiatolás iranianos. É necessário construir um estado e dar pão para esse povo. É absolutamente necessário quebrar a cadeia de ódio-preconceito religioso que forja o ânimo das gerações desassistidas. É imprescindível dar a esses jovens um papel na História a altura de suas humanidades, tendo como cenário um amplo, profundo e inclusivo processo de desenvolvimento regional.
Por isso é necessário mudar os negociadores hoje completamente envolvidos pelos descaminhos do conflito e pela falta de competência para reconhecer que um proposta só é boa quando contém elementos mínimos que dêem a ela status para ser aceita pelos litigantes. Nesse contexto da fumaça da guerra necessário é mudar a vontade do estado israelense de responder com ódio ao ódio, até porque existe uma abismal diferença de poder de fogo e sabemos que paciência tem limite para todos, ainda mais curta quando o campo que delimita está alagado pelo combustível das intolerâncias de qualquer natureza.
Creio que este é o maior desafio: mudar a cultura de guerra e de animosidade entre esses povos, reconhecendo que não poucas vezes o belicismo no Oriente Médio foi animado para proveito próprio tanto da Alemanha Nazista (Palestinos x Ingleses), quanto dos países que combateram na Guerra Fria, qualquer um deles movido pelo pragmatismo egoísta de propósitos hegemônicos.
Para finalizar essa reflexão olho para os jornais e sou forçado a concluir que a desinformação é uma das mais potentes armas desse conflito. Ontem, por exemplo, a Globo News referia-se ao governo do Hamas e eu fiquei perplexo em ouvir aquela afirmação extemporânea. Afinal o que o âncora narrava era uma informação de fato, ou uma bobagem escrita por um redator incompetente que não distingue alhos de bugalhos? Por fim concluo que as fotos só contam a morte palestina. As crianças israelenses, mortas nesses ataques, não mereceram registros fotográficos; são de face e corpinho desconhecidos não porque estavam sob proteção da Hebra**. A razão é que nessa mesa do jogo a mão e a retórica estão com os palestinos***.
Está claro que a razão de todo erro é a intolerância bilateral de palestinos e israelenses, oportunizada com maestria pelas grandes potências ainda preocupadas com as jazidas petrolíferas e outros minerais que por lá a terra guarda. É claro que existem outros atores que também tiram lucros bilionários ou de tostões nesse conflito. Não faltam senhoras Carrar* para todo gosto e uso.
Israel tem um dos melhores exércitos do mundo e certamente o melhor da região em conflito. Contudo a imposição militar de aniquilar o inimigo Hamas se torna ineficaz e imoral visto que para ir adiante é inevitável o sacrifício de civis não combatentes, com a garantia certa de que no médio e longo prazo novos movimentos fundamentalistas islâmicos se organizarão para atacar o estado judeu e fomentar a resistência de ódio alimentada na região. É um moto contínuo de sangue, suor e lágrimas.
Alguém disse que urge mudar os atores envolvidos nas negociações de paz entre uma autoridade palestina fantoche de um grupo terrorista sanguinário e a cúpula militar israelense que sobre o terror imposto pelo inimigo manobra com o terror psicológico para obter apoio da população de Israel alvo de atentados e mísseis mortíferos. De fato é urgente mudarem todos, pois manu militari em geral constroem desfechos burros e limites imponderáveis.
Está claro que sem uma resposta à miséria imposta aos palestinos os jovens se tornam presas fáceis da retórica odiosa e estéril fomentada nas fornalhas do Hamas e dos aiatolás iranianos. É necessário construir um estado e dar pão para esse povo. É absolutamente necessário quebrar a cadeia de ódio-preconceito religioso que forja o ânimo das gerações desassistidas. É imprescindível dar a esses jovens um papel na História a altura de suas humanidades, tendo como cenário um amplo, profundo e inclusivo processo de desenvolvimento regional.
Por isso é necessário mudar os negociadores hoje completamente envolvidos pelos descaminhos do conflito e pela falta de competência para reconhecer que um proposta só é boa quando contém elementos mínimos que dêem a ela status para ser aceita pelos litigantes. Nesse contexto da fumaça da guerra necessário é mudar a vontade do estado israelense de responder com ódio ao ódio, até porque existe uma abismal diferença de poder de fogo e sabemos que paciência tem limite para todos, ainda mais curta quando o campo que delimita está alagado pelo combustível das intolerâncias de qualquer natureza.
Creio que este é o maior desafio: mudar a cultura de guerra e de animosidade entre esses povos, reconhecendo que não poucas vezes o belicismo no Oriente Médio foi animado para proveito próprio tanto da Alemanha Nazista (Palestinos x Ingleses), quanto dos países que combateram na Guerra Fria, qualquer um deles movido pelo pragmatismo egoísta de propósitos hegemônicos.
Para finalizar essa reflexão olho para os jornais e sou forçado a concluir que a desinformação é uma das mais potentes armas desse conflito. Ontem, por exemplo, a Globo News referia-se ao governo do Hamas e eu fiquei perplexo em ouvir aquela afirmação extemporânea. Afinal o que o âncora narrava era uma informação de fato, ou uma bobagem escrita por um redator incompetente que não distingue alhos de bugalhos? Por fim concluo que as fotos só contam a morte palestina. As crianças israelenses, mortas nesses ataques, não mereceram registros fotográficos; são de face e corpinho desconhecidos não porque estavam sob proteção da Hebra**. A razão é que nessa mesa do jogo a mão e a retórica estão com os palestinos***.
*Personagem principal da peça Os Fuzis da Sra. Carrar, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Na peça ela simboliza aqueles que mercadejam com a guerra e as misérias das guerras.
** Judeus piedosos que se encarregam de receber, preparar e garantir a inviolabilidade da imagem e do corpo morto. Dai porque o povo e o governo israelense têm horror de saber que restos mortais de soldados judeus estão em poder dos palestinos, que sem pejo os usam como butim de guerra , e como tal foram trocados por prisioneiros na última trégua malograda.
*** No contexto dessa troca de prisioneiros, Israel libertou um dos mais odiados terroristas palestinos. O facínora, ainda adolescente, matou mãe israelense e três filhos em via pública; o último deles, recém-nascido, teve o crâneo esmagado a pontapé contra um muro.
** Judeus piedosos que se encarregam de receber, preparar e garantir a inviolabilidade da imagem e do corpo morto. Dai porque o povo e o governo israelense têm horror de saber que restos mortais de soldados judeus estão em poder dos palestinos, que sem pejo os usam como butim de guerra , e como tal foram trocados por prisioneiros na última trégua malograda.
*** No contexto dessa troca de prisioneiros, Israel libertou um dos mais odiados terroristas palestinos. O facínora, ainda adolescente, matou mãe israelense e três filhos em via pública; o último deles, recém-nascido, teve o crâneo esmagado a pontapé contra um muro.
5 comentários:
"Eye by eye, makes everyone blind"
Escrito em uma faixa de protesto, em frente ao Downing Street One (gabinete do primeiro ministro inglês), nos dias seguintes ao 11 de setembro.
Carlinhos, na verdade é Downing Street, 10. Mas isso é irrelevante. O protesto é que é certeiro.
Ops! Desculpem minha falha. Mas é que na época, fiquei tão entusiasmado com o Jaguar oficial do primeiro ministro, que esqueci de anotar o número da casa.
Rssss....
É isso aí mesmo. Obrigado FRJ e até ano que vem, rapazes.
Itajaí, sucesso, saúde, muita grana no bolso e realizções profissionais maiores. Com respeito e carinho.
Extenso aos demais flanares.
Excelente texto.
Equilibrado e correto, sem demagogia; dificil de encontrar algo assim para o assunto.
Para a maioria, os inocentes mortos de um lado são diferentes das inocentes vítimas do lado oposto.
Valeu!
Postar um comentário