Seria possível os dois Forums Mundiais, o Social e o Econômico, ter uma agenda em comum? Se houver bom senso, sim. É o que prova a divulgação do relatório denominado "Investimento Verde" em Davos, que concluiu ser imprescindível o investimento de cerca de 515 bilhões de dólares em infraestrutura para geração da chamada energia limpa, até 2030, sob pena de o planeta enfrentar um aumento na temperatura média do planeta em pelo menos 2 graus centígrados, em decorrência da emissão insustentável de gás carbônico na atmosfera.
A questão reside nos modelos industriais de energias alternativas. Enquanto Davos defende o etanol brasileiro como uma das fontes de energia limpa a serem alvo de investimento, o Greenpeace, por exemplo, faz inúmeras ressalvas à agroenergia, pela forma como sua matéria-prima é obtida.
Hoje pela manhã, o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos conclamou o FSM a indicar caminhos alternativos concretos para a crise econômica global, antes que o Forum Econômico o faça. Em lugar do embate (e apesar de altamente utópico e improvável), não se poderia tentar avançar na tentativa de obter uma agenda mínima comum?
Em certos assuntos, afinal, estamos todos no mesmo barco.
7 comentários:
"conclamou o FSM a indicar caminhos alternativos concretos para a crise econômica global"
É nessa hora que o bicho pega...
Cabelo, é bom que um personagem da envergadura de Boaventura chame a atenção para isso: de meramente crítico, o Fórum tem que passar a ser propositivo e estratégico.
Francisco, sabe me dizer se nesse FSM eles fazem um levantamento dos avanços práticos aferidos entre um fórum e outro?
Todos os fóruns, Cabelo, de qualquer natureza - econômico, social, acadêmico - termina com a subscrição de uma "carta", que delimita os avanços teóricos, propositivos e outros.
No caso do FSM, por sua natureza, acredito que haja um levantamento das discussões e a construção de indicativos futuros de atuação dos movimentos sociais envolvidos no debate. Como em Davos, aliás. Só desconheço, na prática, quais têm sido estes avanços, de uma FSM para o outro.
Talvez algum dos nossos leitores eventualmente nos esclareçam, passando por aqui.
Em primeiro lugar eu diria que Boaventura de Souza Santos e suas agudas reflexões sobre o mundo atual são reais.
Em segundo lugar, não acredito em aproximações entre Davos e FSM. São imiscíveis menos por aproximações de discursos políticos, mas principalmente pelas origens inegáveis de um e outro, que os distinguem e os afastam em conteúdo e objetivos distintos: num estão os principais porta-vozes ou ícones dos países desenvolvidos, organizados sob a influência furiosa de uma sub-escola econômica chamada neoliberalismo; no outro estão os excluídos do banquete pantagruélico - os países em desenvolvimento e pobres, com seu rosário de mazelas seculares, representados por suas lideranças ou ONGs legítimas. Um e outro expressam movimentos de classes sociais antagônicas, simbolizadas nas figuras retóricas do explorador e do explorado; do central e do periférico; do primeiro e do terceiro mundo, todos inscritos em uma pretensa nova ordem, ao final nem tão nova assim.
Itajaí,
Tu tens razão: as contradições e os campos de tensão a vencer são grandes - típicos do capitalismo.
Por outro lado, há, é certo, fatos relacionados ao financiamento do FSM e à realidade nomenklatural, digamos assim, de muitas das ONGs envolvidas, sobre as quais, no entanto, não falarei. Este não é o objetivo do post.
O que acho importante dizer, em suma, é que o futuro só traz alento se acreditarmos em nossas utopias. Por que não sonhar como John Lennon?
"You may say that I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope someday you'll join us
And the world will live as one"
Abraços.
Não tem aproximação.
Pode ter.
Quem sabe um dia...?
Festa!
Se tiver Dj!?
Tô dentro.
Só vontade.
Rsssss!!!!!
Falando sério agora.
Tirem suas conclusões com os comentários dos anônimos, mais parecendo no limite da demência, cachaçada e...Deus sabe mais o que mais??? Sobre o caso Battisti. O próprio fórum e suas impolutas identidades.
-- Pai.
Perdoa-os!
Eles não sabem; definitivamente o que querem.
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