quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Anacoluto Chavista

Chávez aprova no parlamento venezuelano direito de se reeleger de novo e quantas forem necessárias na presidência da República Bolivariana. Há pelo menos cem anos essa pixotada não deu certo em lugar nenhum. Por outro lado a Venezuela não é Cuba que vive em permanente estado de guerra com os EUA. O socialismo deve buscar alternativas de modelo que responda a um mundo que olha com grande desconfiança tanto as pretensões hegemônicas globais quanto o caudilhismo em países periféricos.

2 comentários:

Francisco Rocha Junior disse...

O que é o pior, Itajaí: após ter discursado em sentido completamente contrário, há quase dois anos. Lembra desta postagem? http://blogflanar.blogspot.com/2007/12/plebiscito-na-venezuela.html
A única coisa que me conforta, pessoalmente, é não ter que dizer como aquele personagem do Jô Soares: "e eu acrediteeeeei"!!!

JOSE MARIA disse...

Meu caro Itajaí.

Tiro fijo, camarada.
Não consigo, por mais que me esforce, ter simpatia por Chávez e pelo que se convencionou chamar de chavismo.
Para ser sincero, tenho até alguma dificuldade em compreender a simpatia de parte da esquerda latinoamericana por um e outro.
Não consigo me convencer da conversão de um militar golpista ao socialismo.
E bolivarismo, bom, aí a dificuldade é maior ainda, pois simplesmente sou agnóstico, no sentido de que não conheço ou reconheço a existência de um corpo doutrinário produzido por Bolívar, por mais simpatia que tenha - e efetivamente o tenho - por ele.
Não dá para comparar a produção doutrinária de José Marti ou Mariátegui com a de Bolívar. Falar em martismo teria algum sentido, mas bolivarismo, sinceramente, não vejo como.
Claro que podem dizer que estou fazendo uma leitura equivocada dos fatos históricos, como teria feito Marx, que baixou o chanfalho em Bolívar. Pode ser. É bem possível. Mas certo é que não me convenci da existência dessa doutrina, que tornou-se doutrina oficial da Venezuela, que declarou-se bolivariana. Respeito a a escolha feita pelo povo venezuelano.
Outra coisa que não consigo engolir é o histrionismo de Chávez, principalmente depois de ficar por mais de três horas esperando por ele em uma solenidade em Caracas e vê-lo entrar já no meio da solenidade, aparatoso, e precedido de um séquito e de acordes da Cavalaria Rusticana - isso mesmo - pela Orquestra Juvenil que estava esperando há horas só para isso no local. Foi simplesmente ridículo.
Outra coisa ridícula foi ele retirar de um museu a espada do Libertador e agora andar com ela para cima e para baixo, desembainhando-a e embainhando-a nos eventos.
Acho que é a idade que está me fazendo ficar assim mais sensível para essas presepadas.
Mas todo esse nariz de cera foi só para dizer que você deu um tiro certeiro neste post.