segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Os desafios de Obama

O “Dia D” foi marca da inserção altaneira dos Estados Unidos no mundo que nasceu dos escombros da Segunda Guerra Mundial. O desembarque das tropas aliadas na Normandia, em 6 de junho de 1944, associaria o “D” do presidente Delano Roosevelt ao “D” do general Dwight Eisenhower. Comandante da maior ofensiva militar do século XX, Dwight credenciou-se para as páginas da história ao não ter titubeado, em dia da decisão fundamental, apesar do frio e das névoas do Canal da Mancha.
Nascia, nos gestos e nas decisões incisivas, um novo mundo. Paris seria libertada. Chegaria ao fim o regime de Hitler. Os Estados Unidos habilitaram-se como o smart (inteligente) e o hard power (poder da força bruta). Adocicaram a Europa com o Plano Marshall e associaram sua imagem à noção de garante da ordem do mundo ocidental. Ampliaram as margens de poder ideológico e estratégico no imediato pós-Guerra Fria.
Fracassaram, no entanto, no dia seguinte. Veio o “”Dia B” com um Bush irracional no 11 de setembro de 2001. Oito anos se passaram e os Estados Unidos, que já não vinham muito bem no manejo de sua economia interna e no seu smart power, inventaram um novo Vietnã e armaram uma das maiores crises do capitalismo em toda sua história. De poupadores passaram a perdulários. O mundo todo paga a conta.
O dia 20 de janeiro de 2009 é o “Dia O”. A posse de Obama é fato celebrado como “O”K em todo o mundo. Há quase um trator ideológico a apresentá-lo como o gestor de um novo “Dia D”, assemelhado simbolicamente ao ano de 1944.

Os desafios de Barack Obama no cenário internacional são muitos e, efetivamente, há muita expectativa pela sua posse. O clamor planetário procede? Você pode ler o restante da opinião acima aqui.

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