quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Da seresta à serenata

O assunto foi abordado pelo Francisco, logo aí embaixo, mas faço questão de dar minha opinião, motivado pela postagem em questão e pelo convite feito por um anônimo, em meu outro blog.
Quem me conhece, sabe: não tenho nada de festeiro, baladeiro ou afim. Não aprecio vida noturna, não danço (embora lamente este detalhe), não bebo e tenho ojeriza absoluta a cigarro, ciente de que bebida e cigarro são temperos habituais desse tipo de programa. Assim, foi com certa relutância que, numa sexta-feira qualquer, há alguns anos, saí de casa para ver de perto a Seresta do Carmo. Resultado? Adorei. Foi uma noite com direito a vídeo sobre a história de Belém, declamação de poemas e música de ótima qualidade. A proposta em si tinha o poder de arrebanhar os artistas e os amantes da arte, assim como pessoas saudosas de sua juventude. De fato, viam-se muitos idosos na praça, assim como famílias inteiras, comprovando que o evento não era essa balada típica insuportável de hoje em dia, mas um verdadeiro acontecimento cultural, para os mais variados gostos.
Aliás, recordo-me agora, não era uma sexta-feira qualquer: foi a última seresta daquele ano. Uma delícia.
Iniciativa da Prefeitura de Belém ao tempo do governo de Edmilson Rodrigues, foi sumariamente extinta, sem qualquer explicação, quando o desastre sórdido chegou ao Executivo municipal. Não se podia prestigiar uma criação do governo anterior, claro. Assim, o que era bom acabou.
Finalmente, rebatizado de Serenata do Carmo, salvo engano por iniciativa do governo do Estado, o folguedo estará de volta a partir de amanhã. Contudo, segundo informa o jornalista Guilherme Augusto, moradores do bairro estariam contrários, alegando riscos de destruição da praça. Fala sério. Na época da seresta, a praça ficava imunda. Claro, o povo daqui é mal educado. Mas não havia depredação, até por conta do perfil do público. Com uma cuidadosa campanha de conscientização, acredito que seja possível conciliar diversão com preservação.
Vamos à serenata!

2 comentários:

Anônimo disse...

A criação da seresta do Carmo é anterior ao governo Edmilson.

Yúdice Andrade disse...

Obrigado pela informação, anônimo. Mas cabe perguntar: foi criada, apenas, antes do governo Edmilson ou foi efetivamente realizada anteriormente? Além do mais, creio ser justa a afirmação de que o governo Edmilson deu amplo apoio a iniciativa, tanto que estou longe de ser o único que associa uma coisa a outra.
Enfim, já faz tanto tempo - num sentido emocional bem mais forte do que o cronológico - que realmente não me recordo mais da origem da seresta.