sábado, 31 de outubro de 2009

Parcerias inesquecíveis


Manhã de Carnaval - Luciano Pavarotti e Caetano Veloso (Junho 2000)

Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que virás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus

Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor

Manhã tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu surgiu
E em cada cor brilhou
Voltou o sonho então
Ao coração

Depois deste dia feliz
Não sei se outro dia haverá
É nossa manhã tão bela afinal
Manhã de carnaval

Canta o meu coração
A alegria voltou
Tão feliz
A manha desse amor

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Atualizada às 10:10 de 2 de novembro

Este post, honrosamente, recebeu a mais interessante reparação já feita a um de meus cometimentos. André Costa Nunes, escritor e marqueteiro, escreveu com uma bela história, um comentário fazendo o devido reparo a letra de Manhã de Carnaval de Luís Bonfá e Antonio Maria.
O poster pede desculpas e repara o erro, agradecendo do fundo do coração ao belo texto enviado por André, que pode ser lido na caixinha de comentários.
De fato, ao consultar na web sobre a letra da música em foco, obtive um resultado do website Vagalume. A pressa, me levou ao erro incrível de não checar a letra com aquilo que Pavarotti e Caetano cantavam no vídeo anexo ao post. Contudo, por alguma razão que ainda não sei esclarecer, ouvindo com atenção ao vídeo, observei que Caetano canta exatamente as 3 primeiras estrofes contidas no reparo feito por André. As demais, que constavam do post original consultadas no Vagalume, são de fato entoadas por Pavarotti, na sequência. Coube-me então fazer o reparo, adicionando as 3 estrofes iniciais sugeridas por André, ao conteúdo anteriormente encontrado no Vagalume.
De fato, consultando o MPBNet, encontrei o trecho que foi reparado por André.
Não entendo o que acontece exatamente em relação a Manhã de Carnaval. Mas existem 2 letras que os dois excelentes músicos de fato executam no vídeo.
De qualquer maneira, com os meus sinceros agradecimentos a André, faço o reparo sem poder explicar a razão de haverem 2 versões de letras para a mesma música.

2 comentários:

andrecostanunes@gmail.com disse...

Ave, Carlos,

Às vezes penso que vocês estão de sacanagem comigo, tipo assim:

São quase seis da tarde. O último freguês se despediu. Fechei o caixa minguado de fim de mês em restaurante e me dirigi à maloca-palafita da beira do Uriboca. Eu, e meu indefectível lap-top. Desta vez, ninguém para beber a última cerveja. Nem a primeira, é claro. Até o Maracajá, velho companheiro curupira de mais de trinta anos, me abandonou. Foi flanar por uns tempos pelas matas de Bujaru. Ele bem que estava merecendo essa estia.

A última cozinheira, apenas deu com a mão, à guisa de até amanhã, e sumiu pelo caminho sinuoso que leva ao portão.

Os últimos pássaros do dia fazem aquela algazarra em busca dos ninhos.

A última borboleta azul passa na minha frente, rente à água.

Sinto o peso da solidão sem tristeza.

Parodiando o “irmãozinho” Ruy Barata, setenta anos, setenta...

Os fantasmas do passado, que eu me lembre, são Gasparzinhos. Companheiros e companheiras de amor em prosa e verso. E memoráveis porres.

A mata, aos poucos, começa a ficar silente em um brevíssimo intervalo antes da entrada dos naipes noturnos da mesma orquestra maviosa que embala quem tem ouvido de ouvir a Amazônia. Tão ali, tão aqui...

As árvores da outra margem agora fazem sombras que se projetam no espelho dágua. Bem nheengatu: quiririm.

Estou de bem com este mundo que adotei e por ele fui adotado.

Mais acima, minha companheira prepara nossa janta. Raramente comemos de restaurante.

E o tempo continua quiririm, embora aqui e ali, algum sapo mais afoito comece a entoar sua balada. É seu modo de fazer a corte. Chercher la femme.

Preciso escrever. Abro o lap-top. Antes, resolvo dar uma breve passada pelos meus blogs preferidos, e, aí, repito, deparo com a extrema sacanagem:

MANHÃ DE CARNAVAL

Há exatos quarenta e quatro anos, um mês, vinte e dois dias, nesta mesma hora, eu estava casando com a Maria Esther, esta mesma companheira que acaba de dizer que a mesa está posta. Mulher de coragem.

Casei liso como muçum. Nem um centavo no bolso. Subversivo, eternamente fugindo, com a espada de Dâmocles sobre a cabeça.

O Colégio Nazaré deu de graça a capela e a recepção. Lá, mesmo, no antigo refeitório dos internos. O padre Raul, da Casa da Juventude, não cobrou pela celebração e ainda dispensou-me de comungar.

E a música, ah! a música. Profana. Contrariando as ordens do Irmão Diretor, o meu amigo Irmão Porfírio, na hora agá, atacou no órgão, com toda a força:


MANHÃ DE CARNAVAL
( Luiz Bonfá e Antônio Maria)

Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que virás

Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus

Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor


P.S. Perdoa-me se a letra não é a mesma que postaste.

Carlos Barretto  disse...

Querido André.
Che bello!
Já reparei o inaceitável erro a que fui levado por confiar demais na fonte no afogadilho dos dias.
Obrigado!