Os carros, "tunados" como dizem, perfilam-se em verdadeiros concursos de aparelhagens sobre rodas. Nem bagageiros possuem mais. O espaço é meticulosamente ocupado com poderosas caixas de som, adornadas por LEDs azuis, de mau gosto. Mas se eles existem, devem ter platéia fiel e "autorizada", que os estimulem a gastar milhares de reais em detonar seus bagageiros. E devem contar com o beneplácito, tolerância, incompetência, ou mesmo impotência (ou algo que o valha), de quem deveria coibir, fiscalizar e punir.
Mesmo que fosse boa música que apresentassem, os infratores já deveriam estar sob controle social. Mas acima de tudo, o que lá se ouve, não é boa música. O que só eleva a contrariedade ao nível máximo. Ao nível do egoísmo puro e simples, da anarquia, da desídia das autoridades (que deveriam fazer cumprir a lei do silêncio), da lei da selva.
Lá pelas tantas, o uso extensivo de álcool em fartas doses e a preços insanos, amplia a potencialidade de várias catástrofes. A polícia bem que por lá transita. Mas nada parece acontecer. Os infratores, a maioria jovens (embora existam alguns marmanjos também), parecem certos da impunidade.
Mas em boa companhia, mesmo o pior dos infernos é remediável. Neste sentido, refugiei-me na aprazível praia do Paraíso, onde o bom conglomerado Lafayette (restaurante, estacionamento, pousada), oferecia boa música em volume adequado, ótima comida, bom atendimento e natureza exuberante.
Terminei minha tarde na Baía do Sol, onde a exemplo dos branquelos do Hyde Park em Londres, ou do Central Park em NYC, estirei minha adoentada coluna vertebral num gramado, a beira de um barranco, na pracinha central da localidade (onde inclusive existe um coreto sucupirense), assistindo o cair do sol, ao som dos ventos uivantes.
Um final de tarde maravilhoso. Um momento sublime, que pareço nem merecer.
Mas se aconteceu é por que de fato, de alguma maneira, sempre mereci e nem me apercebia.
Nem me apercebia.
14 comentários:
Charley, ainda existe na Baía do Sol algum resquício de antigas esculturas em madeira, feitas por um artista local, as quais retratavam monstros e animais?
Você lembra delas do tempo da nossa infância?
Abs.
Ah! Como foi generosa a nossa infância naquelas paragens, Scylla. Lembro perfeitamente das esculturas. Mas elas não mais existem na Baía do Sol.
Contudo, aquele lugar, AINDA não perdeu o ar de vila de pescadores. Um reino de tranquilidade, que lembra muito a Mosqueiro de nossa memória. Qualquer dia destes, vamos juntos fazer um encontro nosso naquele lugar e compartilhar com as companheiras as memórias indeléveis.
Abs
Eu topo o passeio!
Abs.
Carlinhos e Scylla,
desde que achei vocês - nesta de procurar os amigos para nossa festa NPI 30 anos - tenho visitado o Flanar e estou me deleitando com as leituras que encontro por aqui.
Parabéns pelo blog e se puderem enviar um alô ou fotos da época para a turma da escola serão recebidos com muito carinho.
Beijos e saudades de vocês,
Ana Isa
Estas a disdribuir 'invejas' a beira da baía do sol. Provoca-nos com tua sensatez ao murmurinho do mar. Engala-nos de poesia visual vestida de por de sol penteada pelos ventos.
Qual acordes em odes boreal tu estigmas açaizeiros tropicalistas estampados em camisas cablocas.
Provoca-nos invejas.
*se puderes visita-me no avéiacachimbeira
http://abdiaspinheiro.wordpress.com
Ana Isa, querida.
Desde nosso extraordinário reencontro no Facebook, não paro de falar outra coisa. Foi lá que pude saber que vc passa os seus dias nestas incríveis terras holandesas. Daí me veio uma dúvida: vc pretende vir ao Brasil para nosso encontro dos 30 anos do NPI?
Mande dizer e seja muito bem vinda neste pequeno espaço, onde você poderá ter uma idéia das delícias e dissabores das terras do lado de cá.
Bjs
Barreto, domingo "doistrazado" fui na baia del sol... num lado da praia que se chama (ou que a chamam) de Praia Grande (na ponta dela tem um terreno alto, com uma casa localizada de modo privilegiada, e perguntei e me disseram que era de um professor).
Bati ums fotos de celular. Veja:
http://xipaia.wordpress.com/2009/10/26/praia-grande-baia-do-sol-mosqueiro/
Era um missão de reconhecimento, para, neste findi que passou, acampar por lá com uns amigos e suas famílias (barracas, fogueira, redes nas árvores...).
Eles foram, e eu fiquei aqui, com um faringite severa-de-dá-dó.
Disseram que foi maravilhoso, sem tremes-terras, só vento, maré e lua, E QUE LUA!!!
Tentarei obter fotos e publicarei por lá.
Abraços.
Pinheiro, amigo.
Teus comentários tem sempre o sabor da irreverência e criatividade que, para quem te conhece desde os anos 80, sabe que sempre foram tua marca registrada.
A "veiacachimbeira" já está devidamente linkada, na "Mira do Flanar".
Abs
Grande Lafa.
Incrível. Mas "não-sei-exatamente-a-razão" mas neste passeio, LEMBRAMOS de você.
Rsssssss
Quando vou por lá, ou quando passeio com a minha Mel aqui pelo condomínio e chego numa pracinha onde tem uma árvore de Tento, sempre lembro de VOCÊS.
rsrsrsrs
Já requisitei fotos do acampamento dos meus amigos na baia del sol, deste findi. Assim que chegar, vou postar.
Devemos, e não podemos, marcar um balão desses por lá, na próxima lua cheia... que tar?
*Na verdade a próxima lua cheia cai numa quarta-feira, dia 02/12, assim, a volta por lá pode ser tanto dias 28/29-11 (sábado e domingo), ou 5/6-12 (sábado e domingo)
É... o Lafa é realmente muito lembrado... rsrsrsrsrs Tem até fotinhos pra ti!
Fotos?
Rsssss
"Boa romaria faz quem em casa fica em paz"
Lafa, por mim, fechado na próxima lua!!
E vais ver as fotos quando eu achar o cabo da câmera para baixá-las, hehehe
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