Os leitores devem saber que no Distrito Federal não há Câmara Municipal, tampouco Prefeito. Mas, como cá, lá há a Casa da Noca (copyright Juvêncio de Arruda by 5.a Emenda) que atende pelo nome de Câmara Distrital. Pois hoje, na reabertura dos trabalhos após o recesso de fim de ano, a coisa ficou pretíssima.
É lá a morada dos picaretas deputados distritais do DEM, do PSDB, PMDB e PSB et Caterva. Que por gênio, obra, arte e sede de dinheiro, protagonizaram para quem quisesse ver, as cenas mais dantescas do inesquecível festival tupiniquim de roubalheiras, dinheiros em cueca, maços de notas em pacotes, sacolas e outros adereços impublicáveis, tudo compondo o roteiro do DEMsalão. Uma vergonha nacional sem precedentes.
Ainda pouco, cerca de 500 manifestantes divididos entre os apoiadores do governador José Roberto Arruda (sem partido) e os contrários à permanência dele no cargo protestam em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal. Mais cedo, houve tumulto quando policiais militares tentaram retirar estudantes da entrada que dá acesso ao plenário da Casa.
Os manifestantes acabaram sendo retirados à força.
Usando carros de som e megafones, os grupos contra e pró-Arruda trocam acusações mútuas de que teriam sido pagos para protestar em frente à Câmara. "Vocês são um bando de vagabundos. Vai todo mundo comer farinha", disse a líder comunitária Sandra Madeira, se referindo aos estudantes e aos demais manifestantes do "Movimento contra a Corrupção". A acusação provocou protestos do grupo, que começou a gritar em coro: "Óleo de peroba, cara de madeira."
Líderes comunitários e pastores a favor do governador estão exaltados e acusam os estudantes de terem depredado e pichado a cidade com os dizeres "Fora Arruda". Quando a troca de acusações começou a acirrar os ânimos do manifestantes, a Polícia Militar (PM) fechou o acesso ao estacionamento da Câmara Legislativa e formou uma barreira humana para separar o carro de som da Central Única dos Trabalhadores (CUT), usado pelos estudantes, e o outro, dos simpatizantes do governador.
Hoje serão eleitos os presidentes da comissão especial que analisará os pedidos de impeachment contra Arruda, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), responsável pela análise dos processos disciplinares contra os dez deputados acusados de envolvimento no esquema de corrupção local, conhecido como "mensalão do DEM".
2 comentários:
Caro Val,
É de esperar que o judiciário, mesmo sem ser provocado, haja. Nós estamos cansados de vermos nossos impostos vasando entre as mãos da podridão. Quem sabe, e isso me preocupa bastante, não estão armando algo maior?
"Eu desconfio dos cabelos longos de sua cabeça que você deixou crescer de uns anos pra cá..."
Porca vergonha.
"Uma vergonha nacional sem precedentes".
Na verdade isso ocorre desde antes de sermos nação, por obra e graça do nosso judiciário colonial.
E não podemos nos esquecer do pai de todos os mensalões (2004), já esquecido por alguns.
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