O mesmo Financial Times de hoje relata que a produção científica da China cresceu 1.400% em menos de 20 anos, e ameaça ultrapassar a produção científica dos Estados Unidos por volta do ano 2020. O FT fez uma análise detalhada de publicações em jornais científicos nos quatro países do BRIC (Brasil, Russia, India e China), e fez algumas constatações interessantes:
* A Russia passou de segunda superpotencia cientifica a uma mera "footnote" no cenário cientifico mundial: em 1990, sua produção de artigos cientificos era maior que a produção da China, India e Brasil somados. Hoje, é a mais baixa dos quatro países do BRIC.
* Já em 2008, era a China a líder absoluta do grupo, com um total de 112,318 artigos cientificos publicados no ano, mais que os outros três países juntos.
* O Brasil não fez nem um puco feio: a produção de artigos cientificos no país cresceu 800% entre 1990 e 2008, chegando a 30,021 em 2008.
* A produção na India praticamente estagnou em 20 anos, e o FT estima que o Brasil passará a India em muito breve.
Para os especialistas ouvidos pelo FT, a disparada da China deve-se a três fatores:
1. Investimento maciço de recursos do governo na pesquisa cientifica, desde escolas básicas até escolas de pós-graduação. O investimento nos ultimos 20 anos tem ficado muito acima da inflação.
2. O conhecimento cientifico produzido em laboratorios e universidades tem fluido naturalmente para as empresas e outras entidades com fins comerciais (este dois fatores explicam em parte o sucesso brasileiro, ainda que em niveis bem mais modestos).
3. A diáspora de cientistas chineses pelo mundo favorece colaborações entre "home-grown scientists" na China e cientistas chineses em outros paises, como os EUA. O artigo também ressalta que o governo chinês está oferecendo muito dinheiro e outros beneficios para atrair cientistas de volta para a China.
Enfim, uma situação alentadora e otimista, que pode proporcionar um modelo interessante para o Brasil...
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