A história do adiamento do jogo entre Remo e Paissandu, no próximo domingo, tem protagonistas e culpados para todos os gostos. Porém, como bem disse nosso confrade Yúdice na postagem abaixo, cada um que diga o que quiser, mas que assuma o que está dizendo.
Desde que se aventou o adiamento da partida, motivado por uma intenção declarada do Paissandu, falou-se que a pretensão era ganhar tempo para que o time alviazul, montado de afogadilho e ainda sem consistência, pudesse se entrosar e jogar de igual para igual com o Remo, que vinha de um longo período de preparação.
Agora que a história se concretizou, muitos falam que o Paissandu mostrou força. A própria imprensa divulgou esta notícia, vide nota divulgada hoje no Seventy (© Juvêncio de Arruda), a coluna nobre de O Liberal.
Outros dizem que o Ministério Público Estadual se aliou à Justiça do Trabalho, eterna sequestrante de rendas, para acabar com os clubes do Pará. Aduzem que se desde sempre houve jogos no Mangueirão, se os estádios dos clubes da capital (além de outros no interior do Estado) estão liberados e se nunca o MPE apontou problemas no chamado Colosso do Benguí, não haveria razão para a interdição que ora se opera.
Na verdade, tanto uns quanto outros não conhecem a verdade, pretendem não conhecer, ou fingem esquecê-la. Enquanto isso, a Federação Paraense de Futebol (FPF), a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEEL) e os próprios clubes jogam para a plateia, tirando de suas costas a verdadeira responsabilidade pelo ocorrido.
Como bem ilustra a coluna do jornalista Carlos Ferreira, na edição de hoje de O Liberal, FPF, SEEL e clubes firmaram no ano passado um Termo de Ajustamento de Conduta, o temido TAC, para resolver as pendências existentes nos estádios que administram. O TAC, na verdade, foi uma vitória da coletividade, já que anos após ano, desde que se implantou no Pará a prática, determinada pelo Estatuto do Torcedor, de vistoria pelos órgãos de segurança das praças esportivas, os estádios vêm sendo liberados sob ressalvas. E as ressalvas, caros leitores, nunca foram cumpridas, sempre deixando os torcedores-consumidores sob algum risco.
Note-se, ademais, que em dezembro, quando precisavam de dinheiro para cumprir seus compromissos de final de ano, os clubes foram à SEEL e à FPF e obtiveram destas apoio para aditar o TAC. O MPE concordou em liberar o Mangueirão sem que as obras estivessem concluídas, desde que o próximo jogo no estádio somente se realizasse com o integral cumprimento do Termo.
Agora que o MPE faz valer a lei, os clubes, a FPF e a SEEL resolvem reclamar. Torcedores ludibriados compram as bravatas que os clubes vendem à imprensa e xingam o Parquet. Alegam prejuízos e uma suposta má-vontade para com o futebol paraoara. Cobram compreensão e flexibilidade do Ministério Público, fingindo esquecer que nos últimos foi só o que tiveram do órgão.
Pois que paguem, os verdadeiros culpados, pelo papelão que estão fazendo. Mas que, como homens, deem a cara a tapa.
2 comentários:
Francisco
É um assunto desgastante, pois nada é feito no sentido do bem. Tudo é para o mal. Apesar de toda nossa paixão pelos nossos clubes, é um assunto falido. Talvez seja resolvido no dia em que Remo e Paysandu sejam extintos, pela Justiça, para renascer sob mentalidade diametralmente oposta à que está aí. Aguardemos.
Edyr Augusto
Caro Edyr,
O que é necessário frisar é que se forem extintos, não será por culpa nem da Justiça do Trabalho, nem do MPE.
Porém, infelizmente, os dirigentes não assumirão sua culpa perante os torcedores.
Abraços.
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